Sobre a Utopia #2

A busca de uma querência de uma Heimat como Ernst Bloch define a sua utopia, embora essencialmente a mesma, assume conotações peculiares em cada época e para cada pensador que a formulou. Depois da publicação do romance “Heinrich von Ofterdingen” de Novalis, “a flor azul” tornou-se o símbolo do movimento romântico. A obra conta a história de um jovem poeta medieval à procura da “flor azul”. Essa flor transformou-se, a partir daí, no símbolo da nostalgia romântica, um ideal místico fora do alcance. Contudo não deixa de fascinar os sonhadores  perseguidores de fantasias. Pela dificuldade de se encontrar na natureza um flor de azul pleno, geralmente vem associado a outras tonalidades, como na hortência, na violeta, no lírio e outras, a “flor azul” também é tomada como símbolo da confiança, da lealdade, da harmonia, da afeição. Por todas essas propriedades e características, reais ou atribuídas, ela simboliza a utopia proposta pelo romantismo como ideal de uma sociedade na qual florescem as autênticas virtudes humanas.

Num reflexão sobre a utopia ocupam um lugar todo especial as religiões. As grandes e as pequenas, as universais, as locais e tribais, todas elas tem razão de ser e alimentam a sua razão de ser, tentando responder as três perguntas fundamentais da existência do homem: “donde viemos, o que somos e para onde vamos”. A utopia implícita ou explícita de toda e qualquer religião consiste em oferecer uma reposta satisfatória, principalmente para a terceira: “para onde vamos”. Como já apontamos mais acima, pela sua própria natureza, o homem é um eterno inacabado, encontra-se num eterno fieri, numa incessante busca para satisfazer as suas aspirações materiais, psicológicas e espirituais. Sem nunca dizer um basta ou considerar-se plenamente satisfeito, não se cansa em procurar a “flor azul”, em alcançar a linha do horizonte que teima em afastar-se na mesma velocidade em que procura aproximar-se dela. Para dar uma resposta a esse impasse entram as religiões, cada uma à sua maneira, apontando para uma continuidade da existência humana depois da morte. Assim a morte significaria o momento em que o ser humano finalmente alcançou a linha do horizonte e entra na plena e definitiva realização de todos os  sonhos. A linha imaginária  do horizonte finalmente tornou-se realidade, finalmente a “flor azul” foi encontrada, finalmente todos os sonhos foram realizados, todas as fantasias tornaram-se realidade. Finalmente a utopia deixou de ser utopia. Não importa como a concretização da utopia é caracterizada por cada religião em particular, ou imaginada, representada ou concebida pela religiosidade de cada pessoa. Na essência não muda nada se nos referimos ao céu, ou paraíso da tradição judaico-cristã, da crença islâmica, budista, a terra sem males e outras tantas.

Na extremidade oposta às grandes utopias alimentadas pelo homem como fazendo parte de uma organização política, religiosa ou outra, encontramos no dia das pessoas comuns, as pequenas utopias pessoais que cada ser humano  persegue. Neste caso o sentido sugerido pelos radicais gregos “oú” e ”tópos”, o “não lugar” ou ainda o “lugar que não existe”, pode fornecer a chave deste fenômeno tão existencialmente enraizado na natureza humana. Faz parte da dinâmica do ser humano  nunca contentar-se com o já conquistado e com o já possuído. Cada conquista, cada aquisição estimula mais uma, melhor e maior. Não há necessidade de uma capacidade de observação maior, de métodos refinados de análises psicológicas, antropológicas, históricas, sócias, políticas, econômicas, filosóficas ou teológicas. As evidências desse fenômeno perpassam desde os atos e atitudes mais simples e prosaicas das pessoas comuns, até as iniciativas mais ousadas e mais determinantes daqueles que são responsáveis pela condução das sociedades. A concretização de uma utopia, o encontrar o “lugar que não existe, o “não lugar”, assemelha-se ao esforço de alcançar a linha do horizonte. Como essa linha se afasta na medida em que alguém a tenta alcançar, assim a utopia, ou as utopias por natureza não são exequíveis, factíveis ou realizáveis. As respostas, as soluções são pseudo-soluções, pseudo-respostas.


 Voltando a utopia descrita na obra filosófica de Ernst Bloch, constata-se que nela encontram-se, salvo melhor juízo, todos os elementos que integram esse fenômeno tão existencialmente Humano, tão “menschlich”. As grandes utopias da história, cada uma à sua maneira, aponta para um caminho  comum a ser trilhado  em busca da resposta  final, o “bem como tal”, “das Gute schlechthin”, a “querência, “die Heimat”, o Paraíso, “o Céu”, “a Cidade de Deus”, “a Terra sem Males”, “a Perfeição final, “a Nova Jerusalém” e as muitas outras que podem ser identificadas nas tradições dos mais diversos povos.

Sobre a Utopia #1

Utopia vem a ser um conceito que tem sua origem nas duas palavras gregas “oú” – “não” e “tópos” – “lugar”. Na tradução literal significaria o “não-lugar” ou o “lugar que não existe”. O conceito foi cunhado por Thomas Morus e serviu de título para sua obra clássica. O escritor inglês inspirado  nas narrações de viagem do navegador Américo Vespúcio, escreveu a sua oba clássica “A Utopia”. Nela apresenta um lugar puro, diferente de todos os conhecidos, no qual vivia uma sociedade perfeita. Os “utopianos” inspirados na sua proposta buscam a concretização de uma sociedade, na qual os bens são repartidos de forma igualitária. O conceito da utopia inclui várias formas de entendimento. Pode concentrar-se na busca de uma civilização imaginária, fantástica e ideal. Busca também, no presente ou no futuro, uma sociedade ou um mundo ideal. Refere-se também a um sonho não realizado, uma fantasia irreal, um projeto de uma sociedade humana de igualdade total entre os cidadãos.

A sonho de uma sociedade de igualdade total entre as pessoas vem da antiguidade remota. Já Platão, cerca de 380 AC descreveu na “República” a sua versão de uma sociedade utópica, embora não empregue este termo. Da mesma forma o Apocalipse do Novo Testamento fala de “Uma Nova Terra de Deus – Uma Nova Jerusalém, e Novalis da  sua busca da “flor azul” a metáfora para a busca da utopia. Mas a consagração  do conceito de Utopia vem com Thomas Morus em 1516. Na sua obra clássica, com este título, imagina uma sociedade sem propriedade privada, onde todos os cidadãos vivem em regime de cooperação, uma sociedade onde ninguém é dono de nada, e contudo todos são ricos.

Deixemos de lado a multiplicidade de compreensões e nuances que o  conceito de “Utopia” inspirou e levou a formular modalidades do seu significado na vida das pessoas e das comunidades, para tentar localizar a fonte, a raiz dessa busca universal do homem no tempo e no espaço. A República de Platão, a Nova Jerusalém do Apocalipse, a Utopia de Thomas Morus, a busca da “flor azul” de Novalis, o Socialismo Utópico e outros mais, são modalidades que envolvem as sociedades como um todo. Salvo melhor juízo merece ser enumerado entre os utópicos mais profundos da modernidade o filósofo da “esperança” Ernst Bloch, nascido em Ludwigshafen na Alemanha e 1885, falecido em Tubingen com 92 anos. Como ponto central do seu pensamento encontra-se o conceito “Heimat” que tem em “Querência” o termo correspondente mais próximo em português. Enquanto Thomas Morus encontrou nas viagens de Américo Vespúcio a inspiração para descrever a “Utopia” da sociedade ideal, Bloch despertou para a ideia-força da sua obra filosófica, lendo os romances de aventura de Karl May. Entre eles os  de fato determinantes foram aqueles que retratam a vida dos índios nas pradarias do centro oeste americano. Entre os índios, búfalos e pradarias, o jovem Bloch intuiu pela primeira vez o que significa “estar em casa”, estar na “Heimat”, estar na sua “Querência” e a importância do gozo da liberdade, para que ela se realize na sua plenitude. Este conceito  iria de então para o futuro servir de referência, de baliza mestra, de norte que orientou a concepção, a estrutura e a formulação do seu pensamento e a consolidação da sua utopia. A logica do pensamento de Bloch, salvo melhor juízo, pode ser resumida nos pressupostos: “Havendo liberdade, há possibilidades, havendo  possibilidades há esperança, havendo  esperança o “Ideal do Bem” é realizável. Bloch explica. O “ideal do bem” torna-se realidade depois que o processo da evolução da matéria no estágio em que no momento se encontra, estiver concluído. Realizou-se então  o “bem como tal” – das “slechthin Gutes”. O cosmos, o nosso mundo, os animais e os homens, todos feitos de matéria, estarão reconciliados. Vive-se então a situação pela qual todos, as pedras como os homens, as estrelas e as moscas na parede, consciente ou inconscientemente buscam: a “harmonia” pois finalmente o cosmos como um todo é “querência” – “Heimat”.

Paul-Heinz Koesters, ao analisar  o pensamento de Ernst Bloch acrescentou as seguintes observações. Já Fichte era de opinião  que   as pessoas escolhem a linha de pensamento , ou a filosofia que norteia as suas vidas, de acordo com o seu temperamento. Se isso é verdadeiro os adeptos da filosofia  de Bloch precisam munir-se com uma boa dose de otimismo. Explica. Tendo em vista a devastação do planeta, a destruição dos ecossistemas, a extinção de sempre mais espécies de animais o uso irracional e predatório dos recursos naturais, a poluição se alastrando e intensificando, parece que  o grandioso arcabouço do pensamento de Bloch flui na contra mão dos fatos. Mas é exatamente nos momentos de maior incerteza, depressão e perplexidade que os homens se tornam mais sensíveis e mais receptíveis a promessas que falam de um mundo melhor,  mais justo, mais solidário, com mais  fartura, um mundo mais habitável, em resumo, um mundo mais humano. Cita como exemplo o povo de Israel que exatamente nas fases de grandes reveses demonstrava maior receptividade para as perspectiva de um mundo mais belo e mais humano anunciado pelos profetas. Da mesma forma a humanidade do começo do terceiro milênio vivendo numa civilização  que parece precipitar-se para o caos e a ruína, carece como nunca, de um estímulo de uma utopia para não perder a esperança de um mudo melhor. Por isso mesmo o caminho apontado por Bloch, o filósofo da esperança, faz tanto sentido.

Acontece que a busca da realização das grandes utopias, das utopias coletivas, costuma enveredar para um beco sem saída. O nó a ser desatado consiste em encontrar estratégias, práticas e instrumentos que não frustrem a médio e longo prazo as pessoas envolvidas. O usual nessas empreitadas é que os líderes, os condutores, as “nomenclaturas” que procuram arrastar as massas, frente às dificuldades práticas de aproximar-se do ideal, cortarem esse “nó górdio” em vez de desatá-lo.  O desfecho costuma ser o mesmo na sua essência para todas  as utopias coletivas. As práticas adotadas pelas lideranças, ou a realidade nua e crua do dia a dia nessa jornada, costuma bater de frente com a própria natureza da utopia que se pretende concretizar. Argumenta-se que a conquista do ideal utópico requer pela própria natureza confrontos de toda a sorte com os conservadores. Para enfrentá-los, vencê-los e aniquilá-los, todos os  métodos e estratégias são legítimos, pois “o fim justifica qualquer  meio”. Dessa forma empreende-se uma verdadeira guerra de aniquilamento tanto de pessoas, quanto de  instituições, quanto de princípios éticos. Os assim chamados líderes da revolução posta em curso argumentam que a faxina radical é essencial como uma das etapas em busca da utopia, seja ela fascista, nazista, franquista, salazarista, getulista ou marxista. As vozes discordantes são silenciadas de todas as formas e utilizando-se todos os meios à disposição, incluindo o extermínio em massa de pessoas, minorias e instituições. Para os grandes pensadores, os formuladores de uma nova ordem, uma nova utopia se preferirmos, que não propõem nem estratégias, nem meios, apenas  a formulação de uma situação ideal, o caminho concreto em que os seus adeptos apostam, costuma ser o motivo da colisão frontal com a “realidade concreta”. Como exemplo ilustrativo resumimos as experiências de Ernst Bloch na Alemanha comunista.


Na condição de judeu exilou-se nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial. Naquele país seu “Princípio da Esperança”, teve pouca ou nenhuma repercussão. Por isso aceitou com prazer a cátedra de filosofia na universidade de Leipzig, na Alemanha Oriental ocupada pelos russos. O confronto com a “Real Pollik” adotada na DDR e as pregações de Bloch tornou-se evidente logo no começo. Em maio de 1949, com 63 anos de idade proferiu a  preleção de estreia na universidade. Diante dos alunos, professores e altos funcionários da burocracia oficial presentes, deixou claro o que  significava para ele o conceito “Verdade”. A uma certa altura declarou sem reticências que o partido muitas vezes entende que algo é verdadeiro porque é útil. É uma afirmação falsa. Pela lógica correta entende-se que na medida e enquanto algo é verdadeiro também pode ser  útil. O alvo foi evidentemente a propaganda do partido de que todo e qualquer argumento, qualquer iniciativa, qualquer projeto  que fosse útil aos seus interesses, era vendida ao público como verdade indiscutível. Desde o primeiro dia  de sua atuação acadêmica em Leipzig, Bloch foi colecionando adversários e invejosos. Acusavam-no de na verdade ser um emigrante vindo da América e não da Rússia, de em última análise  não ser um marxista de puro sangue, pois para isso a filosofia judaico-cristã ocupava um espaço demasiado evidente na sua linha de pensamento. Sabia muito bem que dificilmente alguém se atreveria a por em risco o seu posto na universidade. Continuou firme criticando o “Estado de operários e agricultores”. Finalmente tornou-se o ícone  apresentado ao mudo como símbolo da DDR. Depois que o governo se viu obrigado a permitir alguma liberdade de opinião depois da revolta de 17 de junho de 1953, Bloch subiu o tom das suas críticas ao socialismo praticado pelo Estado, que o transformou numa organização policialesca e com isso estava tão distante  do verdadeiro socialismo quanto os países capitalistas. Os camaradas levavam especialmente a mal o fato de desqualificar o “Estado-Policia”, como um estágio intermediário para chegar ao “reino da liberdade”. Contrariando  os marxista ortodoxos, pregava que somente então quando as pessoas viverem sem preocupações numa sociedade sem classes, estarão em condições de ocupar-se com as verdadeiras preocupações como são a morte, o sentido da vida e outras mais.  Estas ainda não se encontram no centro das nossas atenções porque estamos demasiadamente ocupados com o pão de cada e demais exigências que garantem a sobrevivência. Com 70 anos vivenciou em 14  de novembro a rebelião na Hungria, esmagada pelos tanques soviéticos. O humor político caiu para o nível mais baixo. Apesar de tudo Bloch pronunciou seu discurso mais impactante na universidade Humboldt  em Berlim oriental. Acusou os homens em torno de Walter Ulbricht de empenhar-se numa política tão primária quanto perigosa. Desafiou-os a abandonar a ideia ridícula e  perigosa de que é possível tocar uma sinfonia num só instrumento. Naquela ocasião pronunciou a célebre frase que no dia seguinte foi destaque em todos os jornais: “Está na hora de na DDR finalmente  jogar xadrez em vez de moinho”.  Depois do memorável discurso Bloch foi encontrar-se com um  grupo de jovens intelectuais num restaurante. Entre os presentes encontrava-se Wolfgang Haedrich que pelo julgamento de Paus-Heinz Koesters parecia-se com os heróis idealistas das peças de Schiller. A reação de Bloch  à sugestão deste de apear Walter Ulbricht do poder, foi de espanto e classificou-a como uma alucinação. Mas há mais tempo o Polit- Bureau vigiava seus passos e de modo especial suas declarações. Não demorou para enquadrar o filósofo na alça de mira. Declaram-no corruptor da juventude. Milhares de jovens teriam sido seduzidos e desencaminhados com os seus discursos. Finalmente, com 72 anos, perdeu  a cátedra e o partido ao qual nunca fora filiado, o isolou. Numa viagem à Alemanha  Ocidental foi surpreendido com a construção do muro de Berlim. Começou então o seu terceiro exílio, agora na RFA. Aos 76 anos aceitou uma cátedra em Tuebingen. Em meados de novembro pronunciou a preleção de estreia. Escolheu como tema a pergunta: “Pode a esperança ser frustrada?”. A resposta foi: “Sem dúvida pode, porque ela é direcionada para o futuro, portanto, é mutável como ele. Ela persiste então naqueles contextos, onde ainda nada foi definitivamente decidido, onde ainda nada foi ganho nem perdido. A plateia recebeu as palavras de Bloch mais como um desabafo pessoal do que propriamente um arrazoado filosófico. Koesters comentou a impressão que as palavras do filósofo deixaram nos ouvintes. Os ouvintes levaram a impressão de que tinham escutado as palavras de um “feiticeiro”. E, de fato, de então para diante Bloch foi assim tratado no meio acadêmico da universidade. Parece, entretanto, que se assemelhava mais a um profeta enviado por Deus para libertar a humanidade do pecado e da miséria. Os traços da sua fisionomia que mais pareciam esculpidos num tronco de árvore, os ângulos da boca dobrados para baixo, davam-lhe um aspecto irado e o conjunto dos traços fisionômicos, sinalizavam desafios inquietantes. Não demorou e esse rosto marcante tornou-se conhecido em todo o país. Bloch pregava que filosofia e política são a mesma coisa. Com 81 anos fez um discurso inflamado em Frankfurt para 20000 ouvintes que  escutaram fascinados suas invectivas contra as leis de exceção que, conforme ele, eram novamente atuais. Depois de ele, o velho pregador ambulante e o jovem líder estudante Rudi Dustsche se deram as mãos, observou que aos movimentos estudantis da época faltavam as grande ideias. O que predominava nesses movimentos é  névoa e névoa é um instrumento da classe dominante que a usa para confundir. Mais uma vez com 87 anos mergulhou na grande filosofia, embora adoentado e ameaçado de cegueira, escreveu uma obra que se ocupa com a velha questão da relação entre espírito e  matéria. Procura harmonizar a visão cristã idealista de que no começo era Deus, com a filosofia materialista  que ensina  que do nada não pode vir nada, por isso a matéria só pode ser eterna. Conforme Bloch, a matéria é animada “beseelt”. Nela atua uma dinâmica, melhor, uma razão de ser, uma teleologia. E avançando mais um pouco, afirma que a matéria  é direcionada  para um “objetivo final”, que ainda não se tornou realidade. A meta final consiste em concretizar o  “Ideal do Bem”.  E conclui formulando a  logica da sua  utopia. “Quando o processo evolutivo estiver concluído,  o cosmos e nosso mundo,  os animais e os homens, todos feitos de matéria estarão reconciliados. A harmonia, direta ou indiretamente buscada  por todos os seres, tanto  minerais, quanto inanimados, quanto seres vivos, principalmente  o homem, faz com que todo o cosmos se transforme em “Querência” – “em Heimat”.

Provérbios

A verdade é como o óleo, sobre-nada sempre. (Holanda); - A verdade afunda, mas não perde a respiração. (Islândia): - A mentira anda a cavalo, a verdade a pé, mas não deixa de chegar a  tempo. ( Lapônia); - Velhas verdades, velhas leis, velhos amigos, livros velhos vinho velho, são as melhores coisas.(Polônia; - A verdade tem uma só cor, a mentira muitas.  (Alemanha); - A verdade não produz tanto bem no mundo, quanto a sua aparência desgraça. (Rochefoucault); - Dê-se um cavalo para fugir, a quem gosta de dizer a verdade. (Armênia); - Uma mulher que diz a verdade, encontra  poucos amigos. (Dinamarca); - Quem fala a verdade, não encontra hospedagem. (alemão); - A verdade é a mãe do ódio. (Latino); - O anzol da verdade fisga apenas carpas pequenas – com a rede da mentira pescam-se grandes salmões. (Letônia); - Algo como a verdade não existe sem o erro, (chinês); - O que chamais de Verdade? os enganos que duram séculos – O que chamais de engano? a Verdade que durou apenas um minuto (Spinoza); - O que é verdade do lado de cá dos Pirineus, no outro é engano. (Pascal); - A verdade tem muitas faces. Todos acreditam que a possuem, mas cada um a tem à sua maneira. (Lessing).

Aplicação – Preguiça
Deus não estorva a quem trabalha. (Sérvia); - A sorte  de um ao é determinada pela primavera – a sorte e um dia o vermelho da manhã – a harmonia a sorte da família – a aplicação a sorte da vida. (chinês); - Uma roda de moinho que gira sempre, não congela (japonês); - Quem levanta cedo fica rico. (turco).
A preguiça rima com pobreza. (inglês, alemão, francês); - Mérito e fama não conhecem pijama. (chinês); - O ócio leva ao vicio. (sueco); - Uma mente ociosa é a oficina do diabo. (inglês).

Pressa – Paciência
A flor da paciência não floresce no jardim de qualquer um (Inglaterra) – A paciência é a mais forte das orações (Índia) – O esperar traz bons dias (Japão) – A paciência é o melhor remédio no infortúnio (Proovença) -  A paciência, a lealdade, o amigo e a mulher, todos os quatro são testado na desgraça (infortúnio) (Índia) – Nada provoca tantos estragos quanto a iracibilidade e nada rende tantos proveitos quanto a paciência (China) – O paciente possui todos os reinos da terra (Libéria) – O paciente vence (Kamerun).




A cautela é a mãe da sabedoria
Da cautela nasce a paz e da paz a prosperidade (Itália) – Não esperes  nada daquele que promete muito (Itália) – Não confie ao lobo a guarda do carneiro (Escócia) – Nunca fecha uma carta sem a ter relido – nunca bebe água sem antes tê-la examinado. (Espanha.

As roupas fazem as pessoas
As roupas fazem as pessoas (homens ou mulheres) (China) – Belas roupas fazem belos macacos (Japão) -  Até um cepo é bonito quando vestido e enfeitado (Sérvia) – As roupas escondem o caráter. (Negros americanos) – A roupa faz com que se seja recebido e o juízo para ser despedido. (Russo) – Na minha cidade o que vale é o meu nome, na estranha vale o que visto (Hebraico).

Sobre o comer
Pessoas más vivem para comer, os sábios comem para viver (Sócrates segundo Plutarco) – Pouca comida, uma mente lúcida (Turquia) – O pão chora quando comido sem ter sido merecido. (Polônia) – A fome faz o feijão doce – Em tempos de carestia pão preto parece cuca – A que de fato sente fome o pão seco parece salame (Alemanha, Inglaterra, França e Itália) – É preferível uma boa refeição a um vestido bonito (França).

Sobre a bebida
O vinho não tem culpa na bebedeira, mas o beberrão (Cnina). – A bebedeira não produz os erros, apenas os traz à tona (China) – O melhor remédio contra a bebedeira é observar um bêbado quando se está sóbrio (China). – Afogam-se mais no copo do que morrem na guerra (Alemanha) – Diz o vinho: não sei quanto bem eu causei, ma desgraça que causei não tem limites. (Armênia). – Se bebes vinho pensa na miséria da tua família. (China). – O que se peca na bebedeira, paga-se na sobriedade (Alemanha) – Falam quando bebo mas calam sobre a minha sede. (Escócia)

A bênção da saúde
A saúde vale por mil desejos de bênção (Índia)  -  O homem com saúde é um homem rico (Suécia)  -  Não Há maior tesouro do que a saúde  -  Estar livre da doença é verdadeira felicidade e ter capacidades é a verdadeira riqueza  (Índia)  -  É fácil para o sadio aconselhar o doente 8Sérvia)  -  Valoriza-se  a saúde apenas então quando se está doente (alemão)  -  Os juros pelas diversões são pagos com a saúde (japonês).

Sobre o médico. 
A porta que fechas ao mendigo, abres para o medico (hebreu)  -  O médico é com um pai (Índia)  -  Tenha em grande conta o medico antes de precisar dele (hebreu)  -  Se desprezas o medico, despreza também a doença (bantu)  -  Quem toma o remédio e negligencia a dieta, desperdiça a habilidade do médico (chinês)  -  O remédio contribui com um terço e são juízo do homem, dois terços. (sul da Índia)  -  Recorra ao remédio tanto quanto à oração (Índia)  -  Um medico bem falante tem sucesso (Índia)  -  Meio médico é um perigo para a saúde, meio mullah um perigo para a fé (Índia maometana)  -  Deus cura e o medico recebe o pagamento  -  Um medico diligente não consegue curar-se a si mesmo (China).

Sobre o agricultor 
O príncipe exige sua fidelidade;  Os senhores clérigos dizem: não me importa; O nobre está sempre livre; o judeu entrega-se à usura; o comerciante grita: não dou nada; o mendigo diz: não tenho nada; Assim, Deus ocupa-se com seus afazeres no céu e o agricultor tem que alimentar os famintos. (velho ditado)  -  O arado é o rei, a oficina a rainha; qualquer outro negócio vem com o signo do inferno (Índia)  -  Onde o agricultor é pobre, todo o país é pobre (Pólonia)  -  O agricultor não tem tempo para cavilar sobre o infortúnio (Ucrânia)  -  Ser um agricultor não é difícil, permanecê-lo uma honra (antigo)  -  Um agricultor e duas vacas são três animais rudes (Países Baixos)  -  O agricultor carrega o saco não importa o que ponhas dentro (Rússia)  -  Quem quiser enganar um agricultor, venha acompanhado de um outro agricultor (Países Baixos)  -  Se queres saber o que é um agricultor, dê-lhe uma vara na mão (Portugal)  -  Agricultores e montanheses:  calçados rústicos e cabeças finas (Itália)  -  A amabilidade do agricultor é por todos conhecida – ao rogar pragas mútuas segue uma conversa amigável (China) 

O lar é o melhor lugar
No leste ou oeste – o melhor lugar é o lar (Ost und West, Daheim das best)
A lebre permanece no local onde nasceu (Alemanha)
Somente na própria terra teus atos serão grandes (serão valorizados) .(Libéria)
Todo o mendigo é rei em sua própria cabana. (Oriente)
Cada um é mestre em sua própria casa
My House, my castle
Charboniere est maîter chez soi.
Todo cão é um leão na sua casa
Todo o galo é valente no seu monturo.
Em casa todo cachorro é valente

Nos outros paises
Em todos os países o sol nasce de manhã
Aqui como lá as galinhas andam descalças
Em qualquer local as copas das árvores erguem-se para o alto. Em qualquer lugr no mundo os cachorros mordem e as bocas incomodam (Paises Baixos)
Os negros pintem seus demônios de branco (Ucrânia)
Submete-te aos costumes do local onde te encontras (Japão)


Sorte e desgraça
Até o rio amarelo em seus dias belos (bonitos) – porque a sorte não visitaria de vez em quando as pessoas (Chinês)
Loucos felizes não necessitam de sabedoria. (Alemanha)
É fácil dançar quando a sorte toca a música. (Inglaterra – Suécia)
Quem não se faz presente quando a sorte vem – Quem vem quando a sorte está ausente. (Chinês)
A felicidade gosta de entrar na casa onde reina um alto astral. (Japão)
Não é fácil viver a felicidade com decência. (Inglaterra)
Tudo é suportável, menos felicidade demais. (França)
Tudo no mundo é suportável, menos uma seqüência de dias agradáveis. ( Goethe)
A sorte é uma corcova difícil de suportar.
A sorte é  uma madrasta. (Japão)
Na sorte não há parceiros (Bantu)
O amor e a sorte alternam-se  como a lua (itália)
Não existe chá (remédio) para curar a desgraça (infortúnio). (Quênia)
A doença tem cura, não a desgraça.
Para o azarento o cavalo árabe transforma-se em jumento. (Pérsia)
O azarento é mordido por um cachorro, mesmo montado num camelo (Pérsia)
São três as modalidades de infortúnio: perder o pai na juventude; perder a esposa na meia idade; não ter um filho na velhice. (Chinês)
Com a desgraça alheia não te tornas mais sábio. (Rússia)
Esquece a desgraça durante três anos e ela transforma-se em bênção. (Índia)

Fazer o bem
A bondade está acima da lei. (Chinês)
Fazer o bem rende juros.
Bondade que visa o presente, não é bondade. (Chinês)
Faze o bem e jogue-o no mar (na água) (Índia)
A bondade arrasta-se onde não consegue caminhar. (Escócia)

Eu e o outro.
A comida do prato do vizinho é sempre melhor. (Alemanha)
A vaca do vizinho tem sempre ubre maior (Suécia)
As flores do vizinho são sempre mais vermelhas (Japão)
O pregador (pastor) batiza primeiro seu próprio filho (Inglaterra)
São Francisco barbeou-se primeiro a si mesmo, depois seus monges. (Itália)
Todos cantam melhor quando está em jogo o “ora pro me” (Itália)
Quando queima o próprio celeiro, deseja-se ao vizinho mesmo. (Pérsia)
Quando alguém ri, é dos outros, quando chora é por ele próprio. (Índia)
O hálito alheio sempre cheira mal (fede). (Lituânia)
Só se enxergam os próprios defeitos com olhos alheios (Chinês.

Amizade.
Segura com as duas mãos o verdadeiro amigo. (Nigéria)
Nenhuma estrada é longa demais ao lado de um verdadeiro amigo. (Japão)
Um velho amigo é o melhor espelho. (Espanha)
Quem tem um bom amigo não precisa de espelho. (Malásia)
A verdadeira amizade é mais duradoura do que o parentesco. (Bantu)
Nem todos que te mostram sorrindo os dentes, são teus amigos. (Uganda)
A amigo de todos é o idiota de todos. (Alemanha)
Amigo de todos, amigo de ninguém. (Espanha)
Amigo demais, nenhum amigo. (Sérvia).
Não se faz festa sem amigos. (Índia)
Amizade selada com vinho, dificilmente passa de uma noite (Alemanha)
O amigo de copo abandona-te para já. (Sicília).
Amigo de mesa é volúvel. (França)
Quem procura um amigo sem defeitos, termina sem amigo. (Turquia).
Celebra a amizade quando não a precisas. (Afro-americano)
O amigo conhece-se no infortúnio.
Três coisas só se percebem em três situações: a audácia no perigo; o bom senso na raiva; a amizade na necessidade. (França)
Um amigo na necessidade, um amigo na morte, um amigo na retaguarda, são  três excelentes pontes. (Alemanha)
Amigo de verdade é aquele que fala bem nós também pelas costas. (Inglaterra)
Queres conhecer alguém, pergunta quem são seus amigos. (Turquia).
Faça amizade com a bondade de uma pessoa, não com seus bens. (Chinês)
Quem me diz as verdades no rosto não deixa por isso de ser uma pessoa honrada e meu amigo. (Chinês).
Quem não te diz a verdade não é teu amigo. (Bantu)
Para a amizade entre dois necessita-se a paciência de um. (Índia).
Não sejas menos cego para os defeitos de um amigo do para as virtudes de inimigo. (Índia)
Os melhores amigos são aqueles que se visitam pouco (Islândia)
Se entras na casa de um amigo, deixa o estômago fora. (afro-americano)
A exatidão das contas preserva a amizade. (Alemanha)
Emprestar faz amigos, exigir o empréstimo de volta, inimigos. (Alemanha)
Amigo ao pedir emprestado, inimigo ao devolver o empréstimo. (França)
Emprestando perdem-se duas coisas: o dinheiro e a amizade. (Dinamarca)
É preferível perder um pouco de dinheiro do que um pouco de amizade. (Madagascar)
Não contes ao amigo o que não queres que teu inimigo saiba. (Dinamarca)
Ao brigar com um amigo, ficas sabendo o que sabem sobre ti. (afro-americano)
Um amigo perde-se com mais facilidade do que é conquistado. (Inglaterra)
A ferida causada por um amigo, não sara. (África)
Amizade quebrada nunca sara. (França
Se procuras um amigo duradouro, vai ao cemitério. (Rússia)
Se procuras um amigo que nunca perdes, só Deus. (Índia-maometana)


Sobre Deus e seus servos
Deus vai ao encontro de quem o procura. (Rússia).
Quando Deus dá alguma coisa a alguém, não pergunta pelo nome. (Índia)
A rede dos céus tem malha grossa, mas ninguém lhe escapa. (Japão).
Quem na juventude cuspiu nos olhos do Senhor Deus, na velhice quer carrega-lo na palma da mão. (Lituânia).
É melhor praticar uma boa ação em casa, do que correr o mundo para oferecer incenso. (Chinês).
De nada adianta oferece uma luminária para uma mesquita, quando em casa é mais necessária. (Pérsia)
O gato comeu sete ratos, depois foi peregrinar. (Índia)
Nem todos que frequentam a igreja são santos (Itália)
Reza a Deus, mas não deixa de remar. (Rússia)
Teme a Deus e teme aquele que não teme a Deus. (Polônia)
Onde o bom Deus ergue uma igreja, o diabo ergue uma capela do lado. (Alemanha)
Passado o perigo, ri-se dos santos. (Europa)
Quem quiser uma casa limpa, não permita a entrada de padres, monges e pombas. (?)
Brâmanes, cães e cantores brigam entre si. (Índia)
Um ama o pároco, o outro sua cozinheira. (Grécia antiga)
Procura o valente na prisão e o ignorante entre os clérigos. (Rússia).

As reflexões que vínhamos fazendo até aqui  provavelmente não interessam ao racionalismo científico e filosófico de hoje. Pelo contrário. Irrita-o pois mina as bases da sua consciência de superioridade. Subtrai-lhe o argumento  do “nunca antes na história do conhecimento”, se descobriu algo tão  definitivo, tão determinante, tão inovador. Como se pode ver a construção do conhecimento começa sem alarde. Vai ocupando o seu lugar e instalando a sua morada no cenário deste planeta como o homem seu protagonista, silenciosa e discretamente. Aliás tudo o que é sólido, consistente e durável, costuma ser gerado, gestado e consolidado em ambientes discretos e silenciosos, longe da zoeira, do barulho, da algazarra, dos foguetes  e tambores. A harmonia é a antípoda das fanfarras. Em tais ambientes e para as pessoas que os frequentam “a harmonia é chata”, como constatou Francis Collins.

O conhecimento condensado

O conhecimento construído tendo como ponto de partida a intuição, que o Pe. Rambo chamou de “condensado, perpassa a linguagem humana como uma melodia concomitante”. “É a nota dominante  no concerto musical  do espírito dinâmico do homem”. Coloca-se a essa altura a questão de como esse conhecimento, chamado também de “conhecimento popular”, pode ser observado, identificado e acompanhado no quotidiano dos indivíduos e das comunidades. Para quem tem olhos para ver  e ouvidos para escutar, apresentam-se muitas  modalidades que permitem perceber o “som subliminar” que acompanha  como melodia de fundo a linguagem. Um simples diálogo entre dois camponeses, por ex., sobre valores de família, de honestidade em negócios, de lealdade comunitária, de solidariedade, de compromisso mútuo, de posicionamento relativo ao significado de gênero, revela um conhecimento consolidado pela tradição camponesa. O mesmo vale para inúmeras outras situações de manifestações da cultura popular: contos, novelas, romances, teatros, músicas, artes plásticas ... Não por nada a “história do quotidiano” é valorizada hoje como uma fonte de informação aceita em qualquer centro de pesquisa para legitimar trabalhos acadêmicos, tanto dissertações de mestrado quanto teses de doutorado, artigos de revistas de circulação internacional ou livros de grande aceitação pelo público especializado. O conhecimento popular, portanto, está sendo tratado como fonte fidedigna para fazer ciência em História, em Sociologia, em Filosofia e em outros campos específicos do saber.


Mas há uma modalidade que perpetua por excelência o “conhecimento condensado”: os Provérbios. Tanto as grandes culturas e civilizações do ocidente, quanto do oriente, da América pré-colombiana e as dezenas de milhares de culturas menores espalhadas pelos cinco continentes, consagraram o seu repertório de provérbios. Famosos tornaram-se os provérbios chineses, japoneses, romanos, gregos, só para destacar alguns. Nenhuma tradição cTirol). “O homem conhece tão pouco suas fraquezas, quanto o boi sua força” (chinês); -  “Nem em cem anos o homem chega à perfeição, para corromper-se basta um dia” (chinês); -  “O homem ama seus próprios defeitos” (Cachimira); - “Os olhos enxergam tudo, menos a si mesmo” (Sérvia); - “O homem comporta-se como lobo para com os demais homens” (Roma); - “Despreza a tua própria vida e serás senhor da vida dos outros” (Tibet); - “Quem perde a vergonha perante os homens, perde o temor perante Deus” (Sérvia); - “Uma mula esfrega-se na outra” (Roma); - “É mais fácil tomar partido do que ficar fiel ao partido”. (Galês); - “Há muitos que não temem a Deus, ao bastão sim” (Sérvia); - É mais fácil ameaçar do que matar” (Itália); - “A alegria tem um corpo pequeno” (Nigéria); - “Deus perdoa ao ignorante” (Mauritânia); - “Os instruídos loucos são os melhores” (Suécia); - “Evita a quem nada sabe  e não sabe que não sabe – Ensina a quem não sabe e sabe que não sabe – Instrui a quem sabe e não sabe que sabe; Segue a quem sabe que sabe” (Índia); - “Saber pouco é perigoso” (chinês); - “Deus perdoa ao ignorante” (Mauritânia); - “Com o juízo alheio não irás longe” (Lituânia); - A sabedoria não está nos anos, mas na cabeça” (Armênia); - “Deixa o ignorante agir, ele próprio se arruína” (Pérsia); - “Quem nada sabe, duvida de nada” (França); - “É fácil opinar quando se está na praia, quando ocorre um naufrágio no mar” (Lapônia); - “Cuidado com loucos e tesouras” (Japão); - “As preocupações são como um tesouro que se confia”  apenas aos amigos (Madagascar); - “Há quarenta formas de loucura, mas só uma de juízo sadio” (Bantu); - “Saber é poder” ( Inglaterra); - “O ignorante sempre se revela quando fica tempo demais” (Sânscrito); - “O que não se entende, admira-se” (Índia); - “Uma coisa é ocultar, outra é calar” (Roma); - “A barba não faz o filósofo” (Roma”); - “Um gago entende o outro” (Roma); - “Bem viveu quem soube viver na obscuridade” (Roma): -  Menos músculos, mais cérebro.