Desde que a história alemã
conhece a emigração de elementos do seu
povo, que se estabeleceram em países
estrangeiros como grupos mais ou menos fechados que, com o tempo
evoluíram par formar parcelas permanentes desses povos, originaram-se
problemas profundos e de difícil solução. São problemas que envolvem, de um
lado, as “minorias” que vivem entre etnias estranhas e travam uma luta pesada
pela preservação da sua identidade étnica e, de outra, a terra-mãe com
preocupações pela perda de parcelas preciosos do seu povo. A questão nem sempre
se manifesta com a mesma intensidade. São decisivos nesta questão os
acontecimentos políticos e os respectivos reflexos sobre a forma como os povos
se posicionam em relação à concepção do
mundo. A atualidade alemã passa por uma renovação de idéias e ideais que
resultam, de um lado, na preservação da identidade étnica da germanidade no
exterior e, do outro lado, no esforço sempre maior de estimular os vínculos
mútuos, em meio a uma crescente atividade econômica e cultural.
Este problema não é só alemão mas
europeu e já era atual antes da guerra mundial. Hoje tornou-se muito maior
ainda devido ao novo traçado de fronteiras entre os estados, determinado pelas
potências vencedoras. A reviravolta que sacudiu toda a Europa, resultou, como
ponto de partida, num problema étnico que por muitos anos ainda irá por à
prova, a habilidade e a experiência dos homens de governo, assim como o bom
senso dos homens comuns e a tolerância nacional. É natural que ao desânimo e à
fadiga geral como conseqüência da guerra mundial, seguisse um período de
passividade política entre os povos. Este fato tornou-se especialmente notório na Alemanha. Suas
forças e energias foram em primeira linha engajados ao máximo, na tarefa de
consolidar a sua existência e reconstruir o “Reich”. Nestas circunstâncias
colocaram-se como óbvias questões como: germanidade no estrangeiro, identidade
étnica alemã no estrangeiro, que tiveram que ceder lugar a questões mais
importantes embora aparecessem aqui e acolá com redobrada insistência. Ainda
não se faziam presentes os pressupostos necessários para merecerem a
conveniente atenção.
A tomada do poder pelo nacional
socialismo e a expansão da cosmovisão por ele propagada, fez com que o problema
étnico entrasse em novo estágio. A relação da germanidade da terra-mãe (Alemanha)
e a germanidade no estrangeiro, tornou-se o ponto focal de um princípio político desenvolvido no estrangeiro. O
problema assume proporções especialmente marcantes em países com uma importante
população de origem alemã, como é o caso do Brasil, de modo especial em seus
estados meridionais, escolhidos como foco e cenário de uma redobrada propaganda
de política étnica. Quanto mais complicado e quanto mais polêmico se apresenta
um problema , com tanto mais veemência são conduzidas as discussões. Reduzem-se
em última análise a duas questões em torno das quais giram as considerações: o
que é identidade étnica e o que é comunidade nacional?
É inteiramente compreensível que
o movimento étnico que na recente história alemã foi levado da terra-mãe pra o
estrangeiro, merecesse uma resposta entusiasmada da parte dos alemães do
“Reich”, de modo especial daqueles que se encontram no Brasil há pouco tempo.
Faz-se notar em toa a parte o despertar do novo espírito envolvendo as relações étnicas. Teve como conseqüência o desejo de
entrar na mais íntima colaboração com a velha terra natal no terreno político,
econômico e cultural. Também a germanidade que aqui deitou raízes duradouras e
que para nós representa o ponto de referencia decisivo para um movimento étnico
entre nós, enfrenta novos desafios. Anima-o o desejo de contribuir, o mais que
pode, valendo-se da sua experiência e sua tradição, para a solução do
complicado problema étnico.
A diversidade de posições da
parte dos alemães do “Reich” e os radicados aqui há mais tempo e que aqui
construíram a sua pátria e continuam inseridos na identidade étnica alemã, não
é nada surpreendente. Pelo contrario. É muito natural que as posições em
relação a este assunto se dividiram e ainda se dividem. Aqueles que se fixaram
há mais tempo aqui no País e que participaram da evolução étnico-política,
sabem muito bem que um problema étnico, conduzido com excesso de entusiasmo, é
de difícil solução, quando imbricado nos objetivos nacionais. Para tanto
requer-se, em primeiro lugar, ampla tolerância, em segundo lugar um irrestrito
reconhecimento da obra de construção econômica, social e cultural, que a
“germanidade nativa”, o teuto-brasileirismo, realizou no decurso de um século.
Insensato é aquele julgo poder questionar essa convicção que tem a tradição
como fundamento. Sábio é aquele que é
capaz de aproveitar esses dados como base para promover o novo movimento entre
os povos, com o objetivo de edificar as identidades étnicas do futuro. Uma
comunidade étnica fechada só é possível sobe uma base cultural e somente quando
acontece um colaboração que tem como base a compreensão mutua e estrita naquilo
que já se realizou no terreno das relações étnicas alemãs.
O que afinal significam os dois
conceitos: identidade étnica e comunidade nacional? De qualquer forma devem
servir de objeto reflexão para os teuto-brasileiros que declaram adesão à sua
identidade étnica. À primeira vista os conceitos parecem homólogos. Numa
análise mais profunda, porém, são contudo
diferentes.
O conceito de “identidade étnica”
compreende tudo que expressa as características de um povo. Inclui, em primeiro
lugar, os caracteres raciais relacionados com a carne e o sangue. Acrescem
ainda a língua, os costumes, o espírito e a cultura. Sobre esta base apóia-se a
consciência do pertencimento íntimo e mútuo. A identidade étnica herda-se e com
ela se nasce. Trata-se, portanto, de um conceito que independe de influências
externas. Não tem nada a ver com as fronteiras ou formas jurídicas dos Estados.
É possível trocar a nacionalidade, o país em que se vive, sem perder o vinculo
com a identidade étnica. Nem as leis de um país, nem as fronteiras geografias
são capazes de modificá-la. A Europa com sua população vista como um todo e
seus problemas com as minorias, oferece-nos o melhor exemplo.
Velhos estados desaparecem e
novos se formam e as fronteiras são remanejadas. Parcelas inteiras de
populações com suas nacionalidades são,
espontânea ou compulsoriamente submetidas
a esse processo. A identidade etnia não é afetada pois, não pode ser tirada nem
imposta. O parentesco dos povos vinculado existencialmente ao sangue, à
tradição e ao espírito, são mais fortes
do que as fronteiras dos países.
Esta verdade vale também para nós
teuto-brasileiros com a diferença que nós (e nossos antepassados), nos fixamos
aqui em definitivo, por livre e espontânea vontade. Tornamo-nos assim membros
da comunidade nacional brasileira, com direitos nacionais e civis iguais. Essa
mudança a nível de cidadania não tem propriamente nada a ver com a continuidade
da nossa identidade étnica. Nem qualquer outro tipo de influência vinda de
fora, pacífica ou ostensivamente hostil, irá modificar alguma coisa. A nossa
identidade étnica alicerçada na herança do sangue e da tradição, perdurará o
tempo em que nós lhe ficarmos fiéis e não a abandonarmos com a miscigenação do
nosso sangue e não relegarmos os nossos costumes e o nosso caráter étnico como
tal. Projetando a questão para os séculos vindouros, não dependerá de nós
evitar a predominância do luso-brasileirismo e determinar a influência dos
demais componentes étnicos em nosso derredor, no fazer-se e configurar-se da
nossa identidade étnica. Mas na natureza impõe-se lei do mais forte. Os povos não são exceção.
Também a identidade étnica alemã não será poupada do pagamento do preço em
termos étnicos, com a gênese de uma identidade étnica dentro do Estado
brasileiro.
Observamos e aprendemos o sentido
peculiar e profundo contido no conceito de identidade étnica no grande mosaico
étnico brasileiro, composto pelas mais diversas
raças e etnias. Diariamente nos é dado observar quão profundamente o
conceito de identidade étnica está ancorado no sangue e nas características
étnicas. Esta realidade tornas-e ainda mais evidente em regiões do nosso País
onde pequenos grupos de alemães vanguardeiros, por assim dizer, da identidade
étnica, vivem em meio a luso-brasileiros e representantes de outras etnias. Sob
a influência de um meio com predominância de língua portuguesa, a situação leva
a língua alemã a passar para a retaguarda e, lamentavelmente, à sua total
erradicação. A entrada de usos e costumes estranhos não passa de uma
conseqüência natural. Mas, apesar de tudo é possível identificar entre nossos
patrícios alemães sendo absorvidos
gradativamente pelo luso-brasileirismo, certas características étnicas próprias
de sua descendência. É a prova de quão duradouras são as características
ligadas ao sangue.
E agora pergunta: O que se entende por comunidade
nacional e, em que medida, se relaciona com a identidade étnica? À primeira
vista, como já se afirmou, os dois conceitos são idênticos e querem significar
a mesma coisa. Uma análise mais tranqüila, porém, ensina-nos outra coisa.
Identidade étnica é um conceito que emerge da. Própria natureza do objeto. Não
permite uma explicação aleatória e individual. É a expressão de um
comportamento étnico, condicionado pela comunidade de sangue, a herança de
características de natureza étnica e peculiaridades de caráter. Identidade
étnica é, portanto, um assunto de natureza íntima, não externo, que foge até
certo ponto, da decisão e da vontade individual. A comunidade étnica, ao
contrario, é um conceito que permite a movimentação livre e independente.
O teuto-brasileiro enquadra-se
sob o aspecto jurídico-estatal e político-nacional na comunidade brasileira.
Apesar disto lhe é facultado assumir uma ou outra comunidade nacional, pro ex.,
a alemã. Significa, até certo ponto, um estado dentro do estado, possível como
expressão livre da sua vontade. Em meio a essas assim chamadas “comunidades nacionais”,
permite-se formação daquelas que visam
objetivos e peculiaridades diversas, pro ex., culturais, econômicas ou
políticas, como escoadouros das suas concepções e princípios.
Uma prova flagrante do que
acabamos de afirmar, encontramos, por ex., em tempos recentes nas atividades do
partido nacional socialista do “Reich” no estrangeiro. Embora faça parte da
grande comunidade nacional alemão, forma contudo uma comunidade própria, mais
estreita, por causa da sua visão do mundo e de seus objetivos e aspirações. É
natural e é óbvio que a visão político nacional e a ideologia dos partidários
membros filiados esse partido, não se
harmonizam com os objetivos e as idéias da grande comunidade nacional
teuto-brasileira. Os dois se encontram no terreno das relações étnicas. Os
representantes da política alemã do
“Reich”, empenhados na expansão de uma atividade étnica e cultural, terão a
possibilidade de realizá-la, adaptando-se e inserindo-se na grande comunidade
nacional brasileira. Podemos observar também comunidades nacionais distintas
por razões religiosas e confessionais. Destaquemos as mais importantes: a
Igreja Católica e a Evangélica. Embora
se distingam a nível dogmático anima-os o mesmo ideal e as mesmas aspirações
éticas e étnico políticas. Apesar do longo desencontro dos pontos de vista, dos
conflitos e das polêmicas, a identidade étnica serve de ponto de convergência.
Nela encontram-se as suas raízes e somente ela lhes confere a constante força
que lhes permite resguardar a sua maneira de ser, na convivência com segmentos
étnicos de outra origem.
Não é fácil de formular uma
explicação que mereça a aprovação universal entre nós teuto-brasileiros.
Dependerá do ponto de vista em que essas questões serão tratadas. Um
teuto-brasileiro que não conhece a terra de sua origem e que não teve ocasião
de conhecê-la, ao qual a Alemanha se apresenta como um país mais ou menos
estranho, terá outra concepção em relação à questão étnica, do que os alemães
diretamente imigrados. Esses tiveram a sua educação na Alemanha e pouco a pouco
se enraizaram aqui. Como conseqüência
experimentaram uma inserção e uma adaptação relativa às
circunstâncias lingüísticas, econômicas,
políticas e sociais do País. Uma divergência de opinião maior ainda se nota
evidentemente entre os primeiros alemães e os recentemente imigrados. Os
últimos encontram-se inteiramente sob a influência da cosmovisão nacional socialista. Não vêm motivo porque
tomar em consideração o que a germanidade
realizou até hoje no País, em termos econômicos e sociais.
A fim de formar um juízo que
valorize plenamente todas as vertentes étnicas que entraram na composição da
nação brasileira e para avaliar corretamente a posição que cabe ao
teuto-brasileiro neste contexto, requer-se, em primeiro lugar, uma longa permanência
no País. Pressupõe-se, em segundo lugar, uma disposição à isenção de
julgamento, despida de uma sobrevalorização do étnico. Que não é uma tarefa
fácil sabe-o por experiência qualquer imigrante. Quem for incapaz de reaprender
sentir-se-á sempre um estranho entre nós. Nem uma nova cosmovisão será capaz de
mudar alguma coisa.
Pela nossa avaliação não se pode
falar ainda em identidade étnica brasileira que corresponda em pé de igualdade
à identidade étnica alemã, igual a ela pelo conceito e pelo conteúdo e que
possa se vista como uma unidade étnica coesa, determinada pelo sangue, pela
tradição e pelas peculiaridades próprias. O País é jovem demais para tanto e
étnica e racialmente muito heterogêneo. Quem sabe consideraríamos como
protótipo da identidade étnica o segmento de origem luso-brasileira com suas
diferentes mestiçagens. Constitui-se no
componente mais forte que, no processo da evolução, irá exercer a sua
influência mais ou menos inexorável, sobre as outras minorias, numa dinâmica de
gradativa absorção. É natural que essa incorporação se processará num ritmo
muito mais lento em se tratando das minorias, nas quais, nós, os de origem
alemã nos incluímos, do que com os parentes de sangue. Não há como falar,
portanto, de uma identidade étnica coesa e una ligada ao sangue e à
tradição, como a definimos. Estamos a
caminho da sua realização. O processo da gênese de um “melting pot”, de uma
miscigenação étnica generalizada, avança lenta e inexoravelmente. Não cabe
alimentar ilusões neste particular.
Não faltam ocasiões no quotidiano
para observar essa dinâmica. Uma coisa é certa. No momento em que se iniciar o
processos da miscigenação racial entre os teuto-brasileiros e os
luso-brasileiros, foi dado o primeiro passo para o abandono da identidade étnica
alemã. Supor o contrario significaria nadar contra a corrente, atitude que no
andar do tempo resultaria numa catástrofe inevitável e insuportável. Quanto
mais frear o acréscimo de sangue novo alimentado pelas energias vindas da velha
terra natal e do seio da terra-mãe, tanto maior serão as dificuldades para
manter e preservar a identidade étnica alemã. Essa realidade se faz sentir cada dia mais na
medida em que a juventude teuto-brasileira se prepara para enfrentar a batalha
pela sobrevivência e futuramente representar um papel na vida econômica.
Procura para tanto uma educação visível e crescente sintonizada com o espírito
brasileiro. Os grupos étnicos teuto-brasileiros, por assim dizer fechados,
serão expostos gradativamente a uma evolução econômica, técnica e política
comum. Dificilmente poderá haver uma objeção a esse nosso ponto de vista
baseado na experiência de anos. Com certeza, há tempo, essa mesma constatação
já foi feita por outros grupos interessados na nossa evolução étnico política.
A situação é bem diferente em
relação ao conceito brasileiro de comunidade nacional, comparado com o de
identidade étnica. O primeiro não está vinculado ao sangue e às características
étnicas. Constitui-se numa comunidade que não apresenta como um dado objetivo a
sua fundamentação na diversidade dos grupos étnicos do nosso País. Nenhum grupo
étnico, nem o teuto-brasileiro, tem o direito de viver à margem desta
comunidade nacional, visto que todos sem distinção, encontraram seu espaço para
viver, inseridos no todo em virtude do sem comprometimento econômico, político
e social, vinculado a um destino comum. As ponderações de natureza étnica lema
não mudam nada para aqueles que são naturais aqui ou pretendem sê-lo. Não lhes
resta outra saída além de se adaptar e comprometer com os interesses e os da
comunidade nacional brasileira. Do contrario permanecerão como estranhos no País e jamais se sentirão em
casa. É verdade que alguém pode assumir como indivíduo essa postura sem prejuízo
da sua situação em relação à vinculação com o sangue e a tradição étnico
cultural.
Pelo fato de no plano da
identidade étnica se excluir o dualismo,
o teto-brasileirismo vincula-se, pela própria natureza, à identidade étnica alemã que lhe serviu de
berço.Como retribuição à fidelidade ela lhe oferece a força vital étnica
indispensável como respaldo contra a influência do meio etnicamente diferente.
Uma vez iniciado o processo de mestiçagem com elementos de sangue de outras
procedências étnicas, de modo especial luso-brasileiras, no decorrer do tempo a
identidade étnica será inexoravelmente defrontada com uma decisão de grande
significado. Querendo ou não querendo essa decisão resultará sempre em favor do
segmento mais numeroso, já que este, em qualquer situação, é e será o mais
forte. O caráter étnico como um todo, a economia, a política e o
desenvolvimento cultural exibirão a maracá da sua maneira peculiar de ser. Por
mais que um ou outro descendente de alemães alimente o desejo de permanecer
fiel à sua identidade étnica, será incapaz de, a longo prazo, resistir à
influência do segmento luso-brasileiro mais forte. Também a germanidade será
obrigada a pagar o seu ributo à evolução e à consolidação da nação brasileira.
Nisto consiste a grandeza e ao mesmo tempo o trágico da sua tarefa histórica. A
origem deste problema e, ao mesmo tempo, a sua solução encontra-se no fato de
tratar-se de uma etnia sem território. Uma única vez na história do mundo o
destino entregou à germanidade o grande, o sublime e ao mesmo tempo infeliz
papel de, como colonizadora, colaborar
na gênese e na construção do arcabouço de um Estado, com o
inevitável sacrifício da unidade étnica
e de suas características.
Da mesma forma como é possível em
relação à comunidade nacional, pertencer a uma identidade étnica expressa no
sangue e nas características próprias, é possível adotar também uma postura
mais independente. Às vezes as circunstâncias forçam a isso. O teuto-brasileiro
aqui radicado pertence, por isso mesmo, à comunidade nacional brasileira, via
de regra,a entretanto, insere-se na
comunidade étnica alemã. Trata-se, até certo ponto, de uma compensação
recíproca entre as condições comuns do País de um lado e a consciência étnica
do outro. Este dualismo não tem absolutamente nada a ver com uma consciência étnica individual. Para tanto temos
exatamente hoje as provas mais flagrantes
nas relações sociais, de modo
especial naqueles teuto-brasileiros que ocupam uma posição proeminente na economia, na política e na cultura. Não há
dúvida que sob este aspecto inserem-se, em primeiro lugar, na comunidade
nacional brasileira. Não faltam contudo evidências que simultaneamente se
consideram membros da comunidade étnica alemã.
Não se poderia esperar outra
coisa de pessoas de caráter e conscientes do seu valor. Dignos de pena são
aqueles que julgam que, renegando a sua origem e a sua identidade étnica, em
troca de vantagens pessoais, preendem ganhar o favor e o respeito dos seus semelhantes de outras
procedências. Não é possível nem conveniente assumir uma postura de parcialidade
para com os outros grupos étnicos, motivado pelo pertencimento a uma comunidade
de objetivos comuns (comunidade nacional – nota do tradutor). Em nosso caso
trata-se de saber até que ponto a questão pode ser resolvida por meio da colaboração e do comprometimento
numa comunidade nacional, sem entrar em conflito com as convicções étnicas. Não
existe uma fórmula, nem regras, nem normas para tanto. Requer-se uma grande
experiência em assuntos estrangeiros,
uma longa permanência aqui no País, para encontrar o melhor caminho, que
faculte a convivência com outros grupos étnicos. Somente por meio deste
aprendizado estaremos em condições de adquirir a sensibilidade e a compreensão
necessárias com as demais raças e etnias e de nos apropriarmos de um entendimento correto e sadio dos dois
conceitos: identidade étnica e comunidade nacional.