A nossa
identidade étnica alemã (Deutschtum) já não basta . A nós só nos é possível
conservar a nossa identidade étnica alemã herdada na condição de cidadãos
brasileiros plenos e completos. Enquanto nós brasileiros de sangue alemão nos
afinamos com essa realidade, somos novamente incompreendidos, desta vez pela
germanidade (na sua nova versão). Segundo ela
já não basta o que nós entendemos por identidde étnica. Exige-se que
sejamos membros da "comunidade étnica" alemã.
Houve
um tempo em que o "Reich" alemão nem se importava com os seus filhos
emigrados, muito menos com os seus descendentes. Foi então que a Alemanha
derrotada na guerra e sangrando por milhares de feridas, descobriu grupos
étnicos no estrangeiro que exibiam suas características. Esses tentaram durante
os dias, os meses e os anos da guerra, mediante a sua influência, infelizmente
de repercussão restrita, modificar a opinião pública em favor da Alemanha,
contra a propaganda bélica
anglo-francesa. Ao mesmo tempo eles se engajaram na cruzada de minorar os
sofrimentos resultantes da guerra e do após-guera, enviando à Cruz Vermelha alemã doações vultosas ou modestas,
em qualquer dos casos, porém, oferecidas com o maior espírito de sacrifício.
Desencadeou-se a partir daí uma política da terra de origem, conduzida por
instituições privadas, com o objetivo de fortalecer esses grupos étnicos,
utilizando os meios da propaganda cultural legal, junto aos povos nos quais
estão inseridos.
O Povo alemão dos cem milhões
Foi
então que fomos novamente descobertos pelo terceiro "Reich" que na
visão do "Führer" que, para o seu poder e glória reinvindica um
povo-de-sem-milhões. Nele não se contam apenas as minorias, que, pelo tratado
de Versalhes, foram despojados à força de seu pertencimento à comunidade
nacional alemã e obrigados a transformar-se em franceses, poloneses ou outros.
As estatísticas do povo alemão de cem milhões incluem entre os alemães, sem
mais nem menos, os suiços e austríacos. E nós também não fomos esquecidos.
Na Nova
Alemanha foi criada uma organização, a NASDAP, destinada a0s 30 ou 35 milhões
de alemães que lamentavelmente são
obrigados a viver no estrangeiro, porque o país Alemanha não tem condições de
lhes oferecer espaço. Esta organização nos acolhe com carinho, nos tutela, nos
ensina que somos alemães e como devemos sê-lo. Em nome do novo conceito étnico
o qual reinvindica exclusivamente para si tudo o que é alemão segundo o sangue,
somos novamente obrigados a escutar o conceito depreciativo de "adubo
cultural", que "nós alemães" já não estamos dispostos a
representar, "depois que finalmente nos reencontramos novamente no seio da sociedade nacional alemã
nacional-socialista".
Aquele
que põe em dúvida a "comunidade étnica" não passa de um renegado. Um periódico alemão
chamou-me de separatista em uma de suas "famosas cartas"
nacional-socialistas do estrangeiro, quando defendi o ponto de vista do
teuto-brasileirismo em relação ao alinhamento com a NASDAP. Quando se trata do
movimento separatista traidor da região do Reno, a classificação não passa de
uma expressão de uma ofensa, dirigida no mesmo escrito também ao Sr. engenheiro
Faulhaber de Neu Wirttemberg, filho do falecido pastor evangélico Faulhaber,
por ter publicado vários artigos muito valiosos em jornal teuto-brasileiro.
É
agradável para mim e constitui-se em
especial satisfação o fato de eu, a julgar pelo viés nacional-socialista em
relação ao conceito de etnicidade (identidade étnica) em nosso país, não fui o único a ser taxado
de "separatista" malvado - não
apenas porque sofrimento compartilhado é meio sofrimento e em determinadas
circunstâncias, dependendo da companhia em que a gente se encontra, uma palavra
de desprezo se transforma em título honorífico - mas porque esta comparação não
permite que que as injúrias lançadas contra mim não sejam mal interpretadas no
futuro, que eu não simpatizo com o nacional-socialismo porque sou católico.
Aqui não se trata de rejeitar o nacional-socialismo em si, visto como uma
cosmovisão, mas do julgamento e do combate de suas escrescências, que cedo ou
tarde irão vingar-se e, por sinal, em nós brasileiros de origem alemã. A
rejeição de uma situação insustentável e
insuportável transplantada para o nosso País, por organizações partidárias
estrangeiras, não tem nada ver com religião, mas somente com os dois conceitos
que hoje examinamos: Identidade étnica (etnicidade) e pátria.
Na
medida em que levamos a sério a nossa profissão em relação à identidade étnica
e pátria, não podemos permitir que, Por parte do naacional-socialismo e de suas organizações
ágeis, nos seja impingido um novo
conceito de etnicidade, que petende alinhar-nos com a "totalidade"
exigida pelo partido nacional-socialista, fazendo com nos tornemos separatistas em relação à comunidade étnica
brasileira. Nossas características como alemães nos impedem de harmonizar
esta atitude com o nosso sentimentos (postura) em relação à pátria, independente do fato de atrair-mos grandes
sofrimentos sobre nós.
"Alinhar" é preciso
No caso
de a organização para o estrangeiro NSDAP ser chamada para dar uma
explicação que ela não persegue o
objetivo de dominar totalmente os 35
milhões de "alemães no estrangeiro" através de um alinhamento uma incorporação incondicional na comunidade étnica
alemã, é preciso que da nossa parte saibam que, no que nos diz respeito, que as
suas ramificações entre nós serão castigados pelas suas mentiras. Entre nós o partido somente
então desistiu do alinhamento dos representantes da germanidade no sentido mais
amplo, onde não logrou impor-se, porque
se defrontou com uma resistência intransponível.
A
posterior declaração que não estava em questão o alinhamento autoriário dos
teuto-brasileiro, sugere a história da raposa que diz que as uvas eram azedas
demais, quando não as alcançou. Por acaso não foi aqui em Santa Cruz que um
orador nacional-socialista exigiu com a comovente sinceridade e obviedade (do
ponto de vista de sua posição nacional-socialista), a reunião de toda a
"germanidade" sob o chapéu nacional-socialista? Por acaso a estrutura
partidária nacional-socialista não tentou com toda a seriedade, tomar sob seu
controle a totalidade das associações
populares alemãs? Provavelmente não se deve a eles e à sua determinação
por não alcançarem o seu objetivo. Os
casos em que o alinhamento de algumas sociedades em particular teve
sucesso, testemunha ainda hoje os
esforços feitos durante os "dias dos grandes combates".
Como se procede hoje
Quem
poria em dúvida que neste meio tempo a tática mudou? Deixa-se em paz o
teuto-brasileiro que por educação não se predispõe a brigas. Tratam-no com luvas de pelica e
passam mel em sua boca. Não se abre mão porém, do objetivo e a batalha por sua
concretização continua. Estaria em condições de relatar vários exemplos. Baste
um:
A
Federação de Cantores do Rio Grande do Sul concretizou a sua filiação à
Federação dos Cantores do Brasil. Parece que a decisão deveria ser motivo de
satisfação, porque pode parecer que se trata de uma conquista no caminho da
realização da vida associativa do teuto-brasileirismo. Contudo fizeram-se ouvir
vozes contrárias. Na verdade a Federação dos Cantores do Brasil está filiada à
Federação dos Cantores Alemães de Berlim. Depois que na Alemanha todas as
manifestações étnicas e culturais foram
politizadas, levanta-se a suspeita que os estatutos da Federação dos Cantores
Alemãs de Berlim contenham determinações que não sintonizam com o espírito
brasileiro que anima os associados daqui.
Causa
estranheza que a Federação dos Cantores do Brasil associada à organização maior
de Berlim, não esteja em condições de mostrar os estatutos. Foi por causa disto
que alguns das sociedades de canto membros da Federação dos Cantores do Rio
Grande do Sul solicitaram que se exigissem os estatutos de Berlim e somente
depois de estarem disponíveis decidir sobre a filiação. (observe-se que as
manifestações não se voltaram diante mão contra a filiação, de forma que o
adiamento da decisão de maneira alguma significa uma pretensão descabida).
Havia, porém, forças em ação que numa assembléia forçaram a filiação
"cega" por 6 a 5 votos. Não se pode negar que que a decisão não pode
ser atacada.
Quando
a grande maioria das sociedades integrantes da Federação dos Cantores do Rio
Grande do Sul não se fez presente na assembléia, embora a convocação tivesse
sido expedida no tempo regulamentar e segundo os estatutos, sinalizaram, sem
dúvida, com a sua ausência, que estavam de acordo com a decisão que seria
tomada. Da mesma forma é certo também
que a decisão significa um passo a mais no caminho do "alinhamento de toda
a germanidade", idependentemete do que contenham os estatutos da Federação
de Cantores de Berlim. Não vem ao caso aqui examinar como foi preparado o
terreno para a tomada de uma decisão tão precipitada. Seria contudo
interessante verificar como se procede numa ocasião concreta, ao realizar um alinhamento gradativo.
Há
exemplos como se procede hoje. Não poucos entre eles são mais representativos e
mais claros do que aquele que eu
escolhi, porque se encontra na memória recente de todos os envolvidos.
A
justificativa da presença dos grupos locais da NSDAP
Chamamos aqui de grupos locais,
de células, de pontos de apoio da NSDAP aqueles que funcionam como postos
avançados da organização (de propaganda) voltada para o exterior. Jamais neguei
aos grupos locais o direito de existência, enquanto dispostos a limitar a su
ação aqueles que estão alinhados com eles, portanto, aos companheiros de
partido que se encontram entre nós ao molde, por ex., da Associação dos
Combatentes alemães ou do DOB, que na verdade se limitam ao seu círculo como
sempre o fizeram. Porque um grupo baseada num objetivo comum, sobre uma
vivência , uma cosmovisão e tradições comuns, não se deveria congregar para uma
atividade (ação) comum. Num determinado período existiu em Porto Alegre o grupo
dos acadêmicos alemães a quem eu pessoalmente pertenci. Quem na ocasião levou a
reunir os egressos de universidades e outras escolas superiores, não foi o
impulso à exclusividade ao enquistamento, mas a experiência comum por terem
freqüentado uma alma mater. Quem o teria interpretado como algo chocante?
Ninguém nos levou a mal as poucas horas em que recordamos uma das quadras mais
belas das nossas vidas. Ninguém, portanto, deveria ter o direito de levar a mal ao NSDAP caso fizessem
algo semelhante. Inocentemente espalha-se entre nós a idéia de que é assim.
Ninguém pode permitir-se tal ingenuidade. Mentem, porém, os membros da NSDAP que fazem essas afirmações
enganosas.
O
que são os grupos locais
Os
grupos no exterior são, na verdade, instâncias representativas oficiais do
Terceiro "Reich" compostas por funcionários remunerados. Suas
credenciais e funções são semelhantes às dos consulados. É verdade não expedem
passaportes, não realizam casamentos e não emitem qualquer outro tipo de atos
administrativos. Fornecem, porém, cartas de recomendação que tem mais peso do
que as recomendações consulares, representam a Alemanha ao lado dos consulados
onde é preciso representar. Cabe-lhes a última palavra no que tange à propaganda
cultural e informam sobre as nossas condições
aos seus superiores no "Reich", sem o concurso dos consulados.
Estes, por sua vez, têm o poder de tomar as providências administrativas em
nome da unidade do partido e do Estado.
Isto
não está certo. As representações mútuas entre os Estados estão regulamentado
até as minúcias no direito dos povos (internacional). Nenhum cônsul pode
assumir as funções em algum lugar sem antes
lhe ser dado o "exequatur". Um Estado não pode mandar um
representante ou um embaixador para um outro Estado sem que antes que lhe seja
pedido e concedido o "agrement" pelo Estado onde deve servir. Com o
envio de organizações completas de representantes a um país estrangeiro o
Terceiro "Reich" quebra unilateralmente as normas representativas
previstas no velho direito dos povos. Cedo ou tarde também o Brasil se recusará
a aceitar este estado de coisas insustentável pelo direito internacional. Hoje a Suíça já não é
o único país que proíbe a fixação de organizações estrangeiras em seu território, argumentando
expressamente ser insustentável pelo direito dos povos.
Constatações
deste tipo talvez não encontrem ouvidos favoráveis em não poucos lugares, mas o que adianta não
chamar as coisas pelos nomes. De qualquer forma os grupos locais e seus membros
não têm dúvida a respeito. Não estou reinvindicando a proibição das células do
NSDAP no Brasil, mas pela mudança na sua forma, para que se recolham sobre si
mesmas, despidas de seu caráter oficial e
que declinem da pretensão de representar e conduzir "a germanidade como um
todo". Na eventualidade de acontecer a proibição d NSDAP no Brasil teremos
feito o papel de bobos se, como descendentes de alemães e falando alemão,
pactuamos e nos comprometemos com eles.
Como atúam
Entretanto
o Brasil e suas autoridades podem acompanhar o andamento das coisas enquanto
acharem conveniente. No caso de o
"Reich" não reconhecer que é
preciso chamar de volta os grupos locais
da NSDAP , inclusive em relação aos alemães do "Reich" que não são
membros do partido, chegará o dia em que as medidas deverão estar cheias.
É
possível que seja correto, - de qualquer forma não arriscamos nenhum julgamento
- que o direito à livre expressão esteja cerceado na Alemanha. Escutar, porém,
em nosso País as manifestações de alemães do "Reich": não posso
externar o que penso sobre os acontecimentos na Alemanha., ou: Não me é
permitido ler na Alemanha o "Deutsches Volksblatt" proibido lá,
porque tenho ainda familiares lá, porque ainda tenho bens. Dito sem
retiscências, é uma vergonha. Não passa de um brutal terror político em país
estranho. Qualquer um pode constatar se
num círculo de alemães do "Reich", em que as pessoas não se
conhecem, alguém tem a coragem de
expressar a sua opinião. Não o arriscam porque sabem muito bem que o partido os
espiona e denuncia.
Há
pouco li um relato em que o autor se queixa que em nosso País já fora feita a
tentativa de mobilizar a polícia contra os nacional-socialistas. Não tenho
conhecimento onde e quando o fato teria ocorrido, a não ser que se trate do
antigo caso em que a polícia teve que intervir quando um membro do partido
partiu para a agressão em plena via pública contra alguém que se desligara de
suas fileiras. De outra parte tenho conhecimento de alguns casos em que
nacional-socialistas denunciaram sem fundamento conpatrícios à polícias,
acusando-os de comunistas.
Difamação e terror
Os
teuto-brasileiros estão sujeitos ao
mesmo terror que os nacional-socialistas
praticam contra seus compatriotas, apesar de agirem mais discretamente contra
eles, caso não se posicionem passivamente contra eles, como a maioria costuma
fazer. Não sou o único que os nazistas de tempos em tempos coloquem na mira. Estou autorizado, porém, a
falar apenas em meu próprio nome. Quero apresentar-lhes alguns exemplos da
minha experiência pessoal, como são as táticas de luta.
Certo
dia um conhecido que me convidara para um copo de cerveja perguntou-me
sorrateiramente onde eu tinha feito meus estudos. Dadas as devidas informações
quis saber ainda se tinha feito o exame final. Quando, admirado lhe devolvi a
pergunta, como poderia duvidar, que eu, mesmo que não desse importância de
ser nomeado com meu título acadêmico,
contudo não me oponho que me seja concedido, contou-me, depois de desconversar
um pouco, que alguém lhe tinha informado com toda a certeza que eu, embora
tenha estado algum tempo na Alemanha e na Áustria e quem sabe ouvido algumas
preleções na universidade, não teria realizado o meu exame final, que me daria
direito a um título acadêmico. Devem concordar comigo que se trata de uma
calúnia do mais baixo escalão tentada contra mim. Ao pressionar com a pergunta
quem teria sido o gentil contemporâneo que se permitira uma pilhéria deste tipo
para com o meu bom nome, tive apenas como resposta: o senhor certamente conhece
seus bons amigos. Foi um deles.
Concedo
que a organização do partido até argumente que não pode ser responsabilizada
pela declaração insensata de algum de seus membros em particular. Acontece,
porém, que a atmosfera que propiciou o combate ao ponto de vista
teuto-brasileiro por mim defendido e à minha própria pessoa, utilizando-se de
meios decentes ou indecentes, essa sim foi obra sua.
Mais um
exemplo de como acontece o combate subterrâneo e de baixo nível contra mim. Eu
publiquei No "Deutsches Volksblatt" um artigo com o título
"Integralismo e Nacional-socialismo". O artigo trouxe à luz como se
pensa sobre o integralismo em determinados círculos nacional-socialistas. No
ponto em que as coisas se encontravam o meu artigo deve ser interpretado como
uma defesa do integralismo contra acusações de baixo nível. Para mim estava
claro que o artigo não podia agradar aos nacional-socialistas. Alguns dias mais
tarde constatei com espanto que uma fonte bem determinada informou que eu teria
pretensamente atacado o integralismo e que alguns jovens adeptos desse
movimento pretendiam aplicar-me uma boa
surra. Sem condições de tomar uma iniciativa tive que deixar correr as coisas.
Ainda alguns dias mais tarde recebi uma carta de um dos dirigentes integralistas,
carta que guardo como uma preciosidade e como prova. O autor escreve que lhe
chegara aos ouvidos, através de amigos partidários, a denúncia da parte de
nacionalsocialistas que eu teria atacado o integralismo. Conforme costume seu
providenciou, antes de mais nada, uma cópia do artigo para lê-lo. Cosntatou
então com espanto que a acusação a mim dirigida carecia de qualquer fundamento.
Muito mais. Dava-lhe motivo para me parabenizar pela matéria.
Também
em relação a isso os espiões do partido podem negar a responsabilidade. Mas se
a patifaria de interpretar erroneamente um movimento político nacional, por mim
defendida, tivesse êxito, teria merecido
a surra, e teria havido satisfação na "casa alemã".
É
próprio de todo e qualquer cruzada de difamação que os verdadeiros promotores
não se deixam apanhar. Assim se espalhou a seguinte insinuação nada interessante como uma moeda falsificada
contra mim: De que maneira eu chegara a me apresentar como teuto-brasileiro,
tamando em conta que eu devia todo o meu conhecer e saber a instituições
alemãs. E um dos meus melhores amigos que conhece a minha vida desde o começo,
perguntou-me certo dia rindo: Afinal
onde nasceste na Alemanha ou no Brasil? Quando então lhe dei um soco de amigo
na barriga em resposta à pergunta boba, disse para me tranqüilizar: Certo
nazista tentou convencer-me que tinhas nascido na Alemanha e quando ri da sua afirmação, assegurou-me que ele
tinha certeza disso.
Pensando
bem certamente não julgaria como um defeito ter nascido na Alemanha, e agradeço
ao destino que me levou às instituições de formação alemãs. Mas o que se
pretende quando se espalham inverdades sem fundamento contra a minha pessoa?
Nada mais do que uma grosseira difamação: difamar! Aquele que se sente
ludibriado que pense: que sujeito mal agradecido; - o que tem e o que é deve-o à Alemanha, até é um alemão nato e
contudo combate o regime oficial alemão e os melhores e os mais credenciados
representantes da germanidade - Está em causa a minha difamação frente aos alemães e até diante dos
teuto-brasileiros, que deveriam dizer: Uma pessoa assim não pode ser o nosso
homem. A isso chamo de luta suja e a classificaria assim também caso de não
ser dirigida exatamente contra mim.
Difamação oficial
Mesmo que a responsabilidade por
essa luta recaia apenas indiretamente sobre o partido, ele pratica também a sua
campanha oficial de difamação contra
todos aqueles que se opõe às suas pretensões, conseqüentemente também contra
mim.
Há um ano ninguém mais do que ele
conseguiu a proibição dos Deutsches Volksblatt para todo o território do
"Reich". Financeiramente a proibição não teria levado a nada, pois as
duas dúzias de assinantes que o Deustsches Volksblatt tinha na Alemanha,
realmente não pesavam. Soma-se a isso que de dois ou três anos para cá nem
recebíamos mais a maior parte do dinheiro por causa dos regulamentos sobre
divisas e aceitávamos jornais e periódicos como contrapartida. - Mas aqui se tratou de difamação. A
proibição deveria colocar o Deutsches Volksblatt perante o mundo inteiro no
plano das folhas comunistas que promoviam a agitação contra a Alemanha, folhas
que nenhum alemão decente no estangeior lê e cujos conteúdos absolutament não
lhe interessam.
Acontgece que essa difamação não
vingou, pois um trabalho honesto com o Deutsches Volksblatt, contando com uma
tradição de 65 anos, não se derruba tão facilmente num país livre. O número de
almas submissas que cancelaram a assinatura do Deutsches Volksblatt, porque foi
proibida pelo "Reich" alemão-, via grupo local de Porto Alegre, é
muito pequeno e é compensado em muito
por novas assinaturas que ocorreram. O público leitor, entretanto, mostrou, sem
vacilar, compreensão para com a minha convocação "apesar de tudo, para
frente!", que dei como resposta ao boicote, única resposta possível para
um jornal que se chama Deutsches Volksblatt. Sob minha direção o Deutsches
Volksblatt, como é humanamente compreensível, não se deixou rebaixar ao nível
de uma folha agitadora, nem pela forma nem pelo conteúdo, por causa da
proibição difamatória. De outra parte não permitiu que fosse privado do direito
de dizer a verdade frente à pressão hostil e do boicote.
O
Boicote
Um sim ao boicote! Afirmei que a
proibição como tal foi um erro sob o ponto de vista comercial. Acresceu então
um boicote dos anúncios em nosso jornal. Nenhuma firma alemã está autorizada
a anunciar em nosso jornal, enquanto este permanece
proscrito. Na verdade não existem firmas alemãs no Brasil, pois todas são
pessoas jurídicas brasileiras como manda
o direito comercial. Este fato não impede que o capital seja alemão e como tal
obedecer às ordens do poder político alemão. Seria uma insensatez se quisse negar que as perdas
impostas pelo boicote não atingem sensivelmente a editora, mesmo que não seja
tão grave como se imagina nos círculos locais do NSDAP. Estão certos que o
"Deutsches Volksblatt" ou cairá de joelhos ou quebrará e acham que
uma outra coisa está prestes a acontecer.
Não me servi da realidade do
boicote como pretexto para um contra ataque, porque preferi não lançar mão da
luta aberta, da qual sempre resultam estilhaços. Pensando bem, é uma infâmia
sem fundamento que um partido político vindo de fora se arrogue o direito de
arranjar um boicote num país que lhe é estranho - uma falta de consideração
também para com os próprios interesses se analisados friamente, tomando em
conta a a decência do adversário. Pergunto-me a mim mesmo e ao senhor e
pergunto ainda às ramificações do
partido político estranho: Afinal aonde vivemos ao ponto de aqui no País
acharem que podem mandar, (abstraindo do terror que exercem aqui contra os seus
próprios conterrâneos)? No Brasil um Estado amigo da Alemanha ou no último
fundão da África?!
Uma
palavra de apoio ao "Deutsches Volksblatt".
Amigos bem intencionados
repetiram-me muitas vezes, que o "Deutsches Volksblatt" não tinha
necessidade de expor-se à ira do partido. Que noticie sobre a Alemanha o que
esta noticia sobre si mesma através do serviço transoceânico e deixe o tempo
aparar as arestas que a Alemanha de momento apresenta. Aquilo que choca o
"Deutsches Volksblatt", dizem, não passa de doenças da infância.
Acompanhamos com alegria não
contida e com apoio irrestrito em nossa redação e transmitimos aos nossos leitores, as grandes
etapas da ascensão alemã depois do desmantelamento dos partidos (saída da
federação dos povos, introdução do anos de prestação de trabalho, reintrodução
das obrigações da defesa, a reocupação da zona do Reno, medidas visando a regulamentação
do trabalho). Isto, porém, não nos deve tornar cegos perante "as arestas e
cantos", pois nunca nos foi dado verificar que no vazio algo pudesse ser
lapidado. E se pudermos fazer com que
sobre essa superfície de polimento o nosso "Deutsches Volksblatt"
represente apenas um grãozinho de areia, estamos cumprindo o nosso dever de
alemães como testemunhas da germanidade. Não podemos ficar tranqüilos mesmo que
sejam enfermidades de crianças que a
nova Alemanha deve superar, pois já assistimos à morte de muitas
crianças com enfermidades de crianças.
Por
uma visão cristã do mundo
Outros pensam: o "Deutsches
Volksblatt" poderia baixar um pouco o tom das críticas.
Não sou desta opinião. Para quem
avalia o tratamento que o "Deutsches Volksblatt" experimenta da parte
dos postos avançados do "Terceiro Reich" que aqui foram enviados, é
humanamente compreensível que o "Volksblatt" fustigue ainda mais
veementemente os excessos que podemos perceber.
Admitamos que aceitemos a bem
intencionada recomendação em relação ao "Deutsches Volksblatt". Neste
caso muita coisa que publicamos em nome da abrangência e da universalidade,
seria omitido. Jamais, porém, nos seria permitido, como imprensa comprometida
com princípios orientadores de uma cosmovisão, silenciar perante o capítulo: O "Terceiro
Reich" e as confissões cristãs. Nenhuma injúria pessoal, nenhum boicote e
nenhum conselho bem intencionado é capaz
de fazer calar o "Deutsches Volksblatt" nesta questão. Em relação a
isto, fiz minha a manifestação que o falecido Dr. Schreiber, bispo de Berlim,
escreveu, já em 1928 ou 1929, numa carta pastoral. Reproduzo-a assim como a
guardei na memória:
Está na hora que as confissões
cristãs reflitam mais sobre aquilo que os une e apontem menos para aquilo que
as separa. Chegará o dia, talvez não esteja longe, em que os povos cristãos,
unidos numa frente cristã, deverã defender a cultura cristã contra o
avanço avassalador do ateísmo.
Foi uma palavra profética. É
verdade que o bispo tinha em mente o comunismo como ameaça da cultura cristã, e
uma olhada para Espanha mostra com que razão. Hoje, porém o cristianismo sofre
na Alemanha, antes de mais nada, a ameaça do nacional-socialismo que pretende
também ser uma cosmovisão.
Não precisava ser assim, mas
assim é. Talvez tenhamos aqui uma dessas arestas a ser aparada o mais rápido
possível. Parece-me que o combate contra a Igreja não faz necessariamente parte
da essência do nacional-socialismo, ainda mais considerando que, segundo o
programa do partido, o estado nacional-socialista, fundamenta-se em bases
cristãs positivas. O sentido do conceito de "cristianismo positivo,
porém, foi torcido de tal maneira, que
na verdade resultou numa negação do cristianismo.
Rosenberg
Como prova que o
nacional-socialismo tem como objetivo a eliminação do cristianismo, basta citar
o nome de Rosenberg, nomeado para o cargo de ministro do Ministério da Cultura
do partido nacional-socialista. Conheço à saciedade a objeção que me é feita:
Em seu livro anti-cristão Rosenberg expressa apenas a sua opinião particular.
Como se explica então que foi
escolhido como responsável pela educação cultural de um partido todo poderoso e
supostamente cristão em seu programa, exatamente um homem anti-cristão pelas
suas convicções? Em outras situações costuma-se procurar para tais postos
homens, cujas convicções pessoais coincidem com tarefa oficial. Caso, porém,
Rosenberg deve ser o homem a quem caberá
educar culturalmente o povo alemão, é de se desconfiar que, ou ele não
empenhe todo o seu esforço pessoal no cargo, ou já não se leva a sério o
"cristianismo positivo" proposto pelo partido.
Na verdade os fatos todos
confirmam e demonstram essa suspeita. Supondo que o nacional-socialismo é
cristão, Rosenberg que se utiliza de todos os meios disponíveis na sua função
para fazer valer as suas convicções anti-cristãs particulares, deveria ser
acusado de grosseiro e indevido uso do cargo e
ao mesmo tempo deveria ter sido responsabilizado perante um tribunal do
partido. Nada disto, porém aconteceu. Em compensação ouve-se que uma ordem de serviço
ordenou que as obras de Rosenberg fossem incorporados nas bilbiotecas das
escolas, inclusive das escolas elementares e que, por ordem do partido, os
ensinamentos de Rosenberg sejam obrigtoriamente objeto de estudo nas noites de
doutrinação da juventude hitlerista.
Pode parecer que com essas
observações me tenha desviado do tema.
Não é o caso, pois a proibição do "Deutsches Volksblatt" deve ser
tratado, depois que a proibição inviabilizou o seu serviço em favor da etnicidade
e da pátria. E se a proibição foi justificada que o "Deutsches
Volksblatt" pecou ao “atiçar continuadamente as desavenças
confessionais", a questão da defesa do cristianismo merece certamente uma
preocupação exaustiva da parte do "Deutsches Volksblatt".
O
que a Espanha deveria provar
Os inauditos, tristes e
sangrentos acontecimentos na Espanha são
tomados por parte do nacional-socialismo, como justificativa da sua
participação no campo de batalha. Não consigo entender bem em que o bolchevismo
da Rússia e da Espanha tem algo a provar em favor das aberrações do
nacional-socialismo. O "Deutsches Volksblatt" deu sempre publicidade e reconhecimento ao que o
nacional-socialismo trouxe de bom e de grande em benefício da Alemanha. Para
quem olha de fora é possível, seguindo a lógica, que o bolchevismo no máximo
poderia ser visto como um alerta para o nacional-socialismo, caso se queira
insistir numa relação entre eles, no sentido de, caso não aceitar outra
solução, superar imediata e radicalmente as aberrações.
Provocações
confessionais
De resto nem é verdade que a
assim chamada provocação cofessional,
que foi apresentada como motivo plausível tenha motivado a proibição, difamação
e o boicote ao "Deutsches Volksblatt".
Estou em condições de revelar que
nestte meio tempo a alta direção da organização partidária reconheceu que a
proibição não passou de uma grande insensatez (abstarindo inteiramente do fato
de ter sido uma grande in justiça!) As medidas talvez fossem revogadas se
eu me dispusesse a armar uma ponte de
ouro. Um pequeno reconhecimento de culpa e um pequeno compromisso de
moderação para o futuro, bastariam para
induzir um ato magnânimo.
A certa altura a suspensão da
proibição já constava como fato consumado nas fileiras dos filiados do partido
em Porto Alegre. Bastaria eu me comprometer a reconhecer o que há de bom no
nacional-socialismo - eu teria liberdade de opinar sobre questões de
cosmovisão. Enquanto em repetidas ocasiões o
"Deutsches Volksblatt" sob minha direção não se omitiu em
reconhecer o que o nacional-socialismo tem de bom, chamo a atenção para a
liberdade que me seria concedida em tratar questões de cosmovisão. Porque assim
tão de repente?. E justamente no contexto das discussões sobre a suspensão da
proibição, que, ao que parece, foi imposta a seu tempo, exatamente por provocação confessional.
O verdadeiro motivo
Certamente não estou errado
quando procuro nos meus artigos sobre o teuto-brasileirismo o verdadeiro motivo
da proibição do "Deutsches Volksblatt". O interesse pelos artigos foi
tão grande que, sem propaganda, uma edição de 1000 exemplares, uma parte
impressa em forma de brochura, esgotaram-se em menos de três meses. O meu ponto
de vista a todo e qualuer pretensão de engajamento da parte do NSDAP encontrou
tamanha repercussão que eu não poderia pressupor. Representa agora para mim uma
prova que comunidade teuto-brasileria,
queira-se ou não, é uma realidade.
Convenceu-me também em enxergar um adversário na organização partidária do
nacional-socialismo que merece ser podado a qualquer custo e com todos os meios
disponíveis.
Tenho, porém, a convicção que,
com os artigos e com cada linha escrita
do fundo do coração em favor daquela causa, prestei um sagrado serviço à
minha identidade étnica e à minha pátria,
O
nacionalismo chama o nativismo
Fecho com isto o círculo enquanto
relembro o que disse no início: Como teuto-brasieliros temos que nos
comprometer com a nossa identidade étnica e a nossa pátria. Nesta tarefa
contamos com pouca compreensão, para não dizer oposição, na batalha que se
trava em ambos os arraiais dos quais procede a nossa identidade. O nativismo
brasileiro não é muito simpático para com a nossa identidade étnica e o
nacionalismo alemão força-nos a uma situação equívoca em relação a nossa
pátria. Ele se nega a admitir este fato mas
comprova-o com a perseguição sem freio contra aqueles que se subtraem à
sua influência totalitária. E na suposição de estarmos imunes contra o
aliciamento do nacional-socialismo por causa da nossa pátria, sobraria contudo
a conseqüência embaraçosa, resultante do desdobramento de suas atividades,
despertando o nativismo latente,
atiçando-o contra nós. Um exemplo recente para comprová-lo. Não o
mencionei na minha palestra porque ainda não tivera conhecimento dele.
O coordenador nacional dos grupos
do NSDAP no Brasil, o sr. von Cossel fez um relato sobre a germanidade entre
nós, no contexto da assembléia das organizações do "Reich" no
exterior, exatamente nos dias da minha permanência em Santa Cruz. Consta que
ele declarou que no Brasil existem 2000 escolas alemãs. Não temos em mãos o
registro das declarações de von Cossel. Mas basta apenas um número para mostrar
a evidente tendência da Havas. A assembléia do "Reich", convocada
pelas organizações no estrangeiro do NSDAP, ocupando-se com "as nossas 2000
escolas alemãs no Brasil", bastou
para desencadear uma grrande agitação relativa ao nativismo na capital da
União, que por enquanto ficou sem seqüelas. Mas as conseqüências virão com toda a certeza, no caso de um
partido insistir em usar as escolas teuto-brsileiras para a própria
glorificação. Aliás não lhe assiste nenhum direito para tanto, pois essas
escolas são mais antigas do que o nacional-socialismo. São a criação livre dos
antigos imigrantes que não quiseram permitir que seus filhos crescessem como
analfabetos. São a obra daqueles a quem devemos tudo o que somos - nossos
antepassados, a cuja maneira de ser queremos permanecer fiéis, preservando e
continuando a sua obra. As nossas escolas teuto-brasileiras serão aniquiladas
no caso de um partido político estrangeiro da alguma forma se adonar delas.
Seria possível viver em paz com
todos, sem sermos obrigados a bater constantemente na tecla da nossa
brasilidade, para a irritação dos alemães do "Reich" e alegria dos
nossos compatriotas brasileiros. Parece
que de um lado pretendemos excluir das nossas fileiras os alemães do
"Reich", o que não é o caso, pois seus filhos serão o que somos. De
outro lado sugere uma intimidade de que
também não temos necessidade, pelo simples fato de, como brasileiros,não termos
necessidade de nos legitimarmos.
Tudo isto não teria necessidade
de ser, caso não houvesse entre nós pessoas que, de acordo com a vontade de uma
organização nacional-socialista no estrangeiro, formando um grupo de vanguarda
coeso, que exibem no peito em vez de no coração, a sua nacionalidade e suas
intenções (infelizmente intolerantes). Seria mais conveniente que as guardassem
para si e assumissem "viver motivados pela convicção íntima" uma
postura inatacável e correta e fazê-la valer no todo da germanidade.
Mais
dois exemplos
Não nos é permitido nem calar nem
transigir em nome da nossa identidade étnica, no momento em que o fanatismo
vindo do exterior nos pretende subtraí-los ambos. Tenho plena consciência da
gravidade da acusação. Por essa razão quero, ao finalizar, apresentar-lhes,
para a reflexão, mais dois exemplos para justificar as minhas acusações, na
hipótese de não terem entendido as minhas considerações.
Quando no dia 29 de março o povo
alemão foi para o plebiscito, a organização partidária daqui houve por
acertado, promover um "ato eleitoral simbólico". Na suposição de se
restrigirem ao círculo dos cidadãos alemães, nada teríamos a objetar. Em se
tratando, porém, de um "ato
eleitoral simbólico", os mentores da idéia julgaram-se autorizados a dirigir-se
também a cidadãos brasileiros. Embora tenham conseguido um bom número de
assinaturas de teuto-brasileiros, é preciso insistir que não é lícito supor que
cidadãos brasileiros cumpram mesmo "simbolicamente" uma obrigação
cívica privativa de alemães. No mínimo era de esperar-se que os propagandistas
em favor do ato eleitoral simbólico desistissem ao deparar-se com uma simples
recusa.
Chegou ao meu conhecimento um
outro caso que merece todo o crédito. Um teuto-brasileiro abordado para dar o
seu apoio integral à política de Hitler para a Alemanha, subscrevendo a lista,
recusou a adesão com o argumento que Hitler não era o seu "Führer",
pois conforme o esclarecimento introdutório da lista deveria sê-lo para todos
os signatários. O empolgado nacional-socialista então observou: Obviamente é
Hitler seu "Führer", porque ele é o "Führer" de todo o povo
alemão independentemente da nacionalidade de cada um em particular. O
teuto-brsileiro interrompeu. Esclareçamos logo a questão do "Führer".
Suponhamos que o Brasil e a Alemanha estejamem guerra. O "Führer"
almão convoca o povo alemão para pegar em armas em defesa da pátria. Também o
Presidente da nossa República convocará seu povo para pegar em armas em defesa
da pátria. A que chamamento o senhor acha que irei seguir? Escutemos
estupefactos e dominemos a revolta ao ouvir a resposta, pois partiu de um
ignorante, mas de qualquer forma de um ignorante fanatizado e desorientado por
pessoas instruídas: "obviamente a convocação do "Führer".
Como classificaremos a exigência?
Não há dúvida trata-se de uma instigação à alta traição.
Num outro caso, para o qual
lamentavelmente não disponho de testemunha, - procurei e enconrei mais uma -
alguém nascido aqui no País, portanto um filiado ao partido com cidadania
brasileira, teria declarado, por ocasião de uma festa, que ele (como pessoa)
não se levantaria durante a execução do hino nacional.
Acontece que exatamente esta
atitude é totalmente anti nacional-socialista, porque o nacional-socialista tem
por obrigação expressa o dever de manifestar o mesmo apreço para com os hinos estrangeiros, que
demonstram para com o seu. Mas "brasileiro" imbecil (no discurso que
pronunciei usei o termo imbecil, podia ter empregado o termo patife, mas achei
que a burrice era maior do que a velhacaria da intenção), revlelou-se um
completo renegado, um indivíduo sem pátria.
Estes são os frutos que o
nacional-socialismo é capaz de produzir na medida em que não se limita às suas
próprias fronteiras e que não será capaz
de evitar.
Na medida em que o nacional-socialismo
não se contentar em permanecer nos
próprios limites, será incapaz de evitar os frutos de sua doutrina amadurecidos
no chão da burrice e do abastardamento do espírito.
Pela
identidade étnica e pela pátria
Estimados ouvintes. Sugiro que
levem para casa e conservem na memória especialmente as duas imagens que lhes
apresentei na introdução. Sempre os lembrarão do que somos: brasileiros de
origem alemã e a maneira como estamos inseridos no todo do povo brasileiro, na
condição de um grupo étnico de natureza peculiar.
Numa das visitas que realizei um
ouvinte de rádio contou-me, que por
ocasião da assembléia do partido em Nürenberg, teris sido repetido e
aprofundado o seguinte princípio:
O nacional-socialismo não é
artigo de exportação, mas patente de propriedade do "Reich" alemão e
limitado exclusivamente às fronteiras da Alemanha.
Consta que, como conseqüência da
manifestação de Hitler, o coordenador do círculo teria proibido às organizações nacional-socialistas
no exterior, de estender suas atividades para além do círculo de seus
associados.
Não encontrei nem no jornal nem
escutei no rádio, semelhantes
manifestações. Se, porém, o meuinformante não ouviu mal, o que pode acontecer
freqüentemente com aqueles que escutam rádio, e
se essa orientação deve de fto ser traduzida em ação, com um golpe cairiam 9/10 das nossas restrições,
objeções e acusações contra as organizações do NSDAP no estrangeiro. Ninguém
mais do que nós teuto-brasileiros nos alegraríamos, pois importa-nos defender a
nossa identidade étnica e a nossa pátria.