Percorrendo
as áreas em que predominou e ainda predomina a presença alemã e sua
descendência, constata-se que elas ostentam peculiaridades não encontráveis nas
demais regiões do Brasil. Destacam-se no Rio Grande do Sul as bacias fluviais
do rio dos Sinos, Caí, Taquari, Pardo, Jacuí, a zona das Missões e Alto
Uruguai, além do leste e centro-oeste de Santa Catarina e o oeste do Paraná.
Transita-se aí por centenas e milhares de núcleos coloniais, vilas e pequenas
cidades. Centros urbanos maiores formam as sedes dos municípios. Alguns deles,
localizados em pontos estratégicos, evoluíram para polos regionais de
importância crescente. A população rural viveu e vive ainda hoje, da
agricultura fundamentada na pequena propriedade rural de natureza familiar.
Manda a justiça e a história que se incluam nessas características e
contribuições, os demais imigrantes do norte da Itália e do centro e do norte
da Europa, embora não sejam objeto específico do presente estudo.
Os
estabelecimentos rurais identificam-se por um perfil comum. São microempresas
de produção agrícola. Historicamente resultaram de uma característica
colonização por povoamento. Sob este prisma
e, sob outros, inauguraram no País um modelo de ocupação territorial e
uma paradigma inédito de organização social e econômica. Resumindo pode-se
dizer que os imigrantes alemães, como também os demais a que nos referimos mais
acima, prosperaram a base de novo modelo de colonização, a organização em
comunidades solidamente estruturadas em torno de suas igrejas, cemitérios,
escolas, casas de comércio, artesanatos, instituições de lazer e promoção da
cultura, organizações associativas, tendo como motor, sólidos princípios éticos
e religiosos e o trabalho como ferramenta sagrada.