Da Enxada à Cátedra [ 34 ]

Viagem a Porto Novo (São João do Oeste).

Antes de entrar no noviciado, o que significaria um confinamento de dois anos em Pareci Novo, planejei visitar meu irmão Fridolino que, em 1944, se mudara com a família para a então fronteira de colonização de São João do Oeste. Consultei a opinião da minha mãe e ela apoiou sem restrições a ideia. Um detalhe. Da venda do porco para custear as estátuas da gruta de Nossa Senhora de Lourdes sobrara uma soma razoável de dinheiro. O reitor do colégio autorizou-me a usá-la para os gastos da viagem. Naqueles anos os seminaristas naturais de Porto Novo somavam um número tão expressivo que alugaram um ônibus para levá-los até em casa. Integrei-me no grupo e em meados de dezembro o ônibus buscou-nos na portaria do colégio. Na época as estradas para o norte em direção a Santa Catarina eram de chão batido. A Br 386 – estrada da produção não existia. O roteiro que percorremos foi pela estrada que passava por Corvo (hoje Colinas), Roca Sales e, atravessando o Taquari de balsa, até Encantado. A partir dessa cidade a subida do planalto se dava pela antiga estrada cheia de curvas, passando por Anta Gorda, Arvorezinha até Soledade. Na tarde do primeiro dia chegamos em Arvorezinha, onde pernoitamos. No dia seguinte continuamos a viagem passando por Soledade, Espumoso, Selbach, Ibirubá e no meio da tarde paramos em Tapera onde iríamos pernoitar. Ficamos alojados na casa e dependências do nosso colega Alcino Bervian. Naquele remoto ano de 1949 Tapera não passava de uma daquelas cidadezinhas típicas das áreas há pouco colonizadas. A comunidade católica local nos esperava com uma janta, cantos, poesias, temperados com bons papos com o pároco e os membros da comunidade. Retribuímos com cantos e, por fim, com uma fala de agradecimento que coube a mim pronunciar. Pela meia noite nos recolhemos para dormir. Com mais um ou dois colegas passei a noite num pequeno depósito adaptado para a ocasião. Depois de uma noite bem dormida seguimos viagem por Cruz Alta, Ijui, Palmeira das Missões, Barril (hoje Frederico Westphalen) Seberi, para descermos até o rio Uruguai. Gravei na memória o panorama na nossa frente ao começarmos a descida. Lá em baixo, meio encoberto pela mata virgem o grande rio parecia uma lâmina de prata refletindo os raios do sol da meia tarde. Em ambas as margens dezenas de clareiras na floresta com destaque para as características casas de madeira desde os fundamentos inclusive o telhado de madeira dos pioneiros da mata virgem. Um pouco mais à esquerda o povoado de Itapiranga destacava-se na paisagem. O ônibus desceu a encosta e terminou no “Passo do Schöler”. Descemos todos do ônibus, ele subiu na barca e atravessamos o Uruguai que naquela altura mede em torno de 800 metros. Na outra margem em Santa Catarina, desembarquei na casa de comércio e hotel dos Schöler pois, tinha informações que lá perto morava a família do alfaiate Fridolino Juchem conhecida minha, emigrada do Morro da Manteiga em 1941. O filho mais velho, o Telmo, fora meu parceiro de caçada com bodoque nos domingos de tarde. Uma das filhas, a Lourdes, nessa altura com 18 anos, tinham sido minha amiguinha além da Célia Kirch naquela inesquecível escolinha do Morro da Manteiga. Pernoitei na casa daquela família e o Telmo me mostrou a propriedade da família e redondezas nas encostas do rio Uruguai na Sede Capela. Posso até estar fazer um julgamento injusto mas, percebi que o pai da Lourdes evitou que conversasse com as filhas. O Telmo e eu dormimos num quarto num anexo da casa. Depois do café da manhã ele foi comigo até o estabelecimento dos Schöler pois, ele sabia que naquele dia um caminhão da empresa levaria uma carga de tijolos até São João. Aceitaram dar- me carona mas, acomodado em cima dos tijolos porque na cabine, além do motorista viajariam mais duas pessoas. Foi uma viagem e tanta por aqueles 15 quilômetros em grande parte costeando o arroio Fortaleza. A estrada não passava muito de um caminho para carroças e cavalos. Uma curva depois da outra, um desnível depois do outro, pedras de bom tamanho soltas, valos cavados pela chuva, faziam gemer o caminhão. Sentado em cima dos tijolos escorregando para todos os lados não deixaram esquecer os efeitos cada vez que me sentava num banco ou cadeira nos dois ou três dias seguintes. Paramos na filial dos Schöler em São João. Fui obrigado a fazer a pé os quatro ou cinco quilômetros adiante onde morava meu irmão. Devo ter levado uma hora e pouco por uma estrada acompanhando a margem esquerda do arroio São João. Aquela caminhada na meia manhã iria acompanhar-me o resto da minha vida. As casas de madeira dos colonos alinhadas perto da estrada nas clareiras recém abertas na floresta virgem, as exuberantes plantações de milho, feijão, mandioca, abóbora, enchiam os olhos. Encontrei a casa do Fridolino à esquerda da estrada com um potreiro nos fundos descendo até a margem do arroio escondido numa faixa de mata preservada. Meu irmão reconheceu-me de longe e foi receber-me na estrada e atrás dele os filhos, o mais velho, o Afonso, de 15 anos, o Roque, o João, os gêmeos Cláudio e Canísio, o Anselmo, o Inácio e a Blasia. A cunhada, a Maria, esperava na porta da casa, igual a todas as outras, toda de madeira inclusive o telhado de tabuinhas. Só para lembrar. Uma viagem que hoje se vence tranquilamente em 8 ou 9 horas, por estradas asfaltadas, naquele remoto 1949 levou três dias e meio. Meu sonho de participar e vivenciar, pelo menos por duas semanas a realidade numa fronteira de colonização que contava com apenas 5 anos, estava para começar. Pela meia tarde subimos por uma trilha pela mata virgem, calculo uns 150 metros, até um plano com uma grande clareira aberta rodeada pela floresta. O Fridolino mostrou-me orgulhoso uma belíssima plantação de milho em ponto de florescimento e no meio dezenas de abóboras com as ramas protegendo o chão. No fundo da clareira uma trilha entrava fundo mata adentro. Por essa trilha os madeireiros arrastaram os troncos de madeira nobre, principalmente cedro, depois os transportavam até o barranco do rio Uruguai e, reunidos em enormes balsas desciam o Uruguai para, finalmente serem vendidas na Argentina. Para quem se interessar por mais detalhes relativos a história dos balseiros e do comércio de madeira na Colônia de Porto Novo, recomendo o meu livro Somando Forças – O Projeto Social das Jesuítas” -Edit. Unisinos – 2011.

As duas semanas passadas com a família do meu irmão foram bem movimentadas. Para começar fiz um reconhecimento da propriedade. A área toda media 42 hectares dos quais calculo que uns cinco estavam desmatados. O restante era uma floresta praticamente intata. Apenas meia dúzia de cedros e timbaúvas haviam sido derrubadas e vendidas para os balseiros. O Fridolino emprestou-me a espingarda e levou-me até a entrada da trilha que entrava uns duzentos metros mata a dentro. Devido a compromissos assumidos ele próprio não iria acompanhar-me naquela manhã. Recomendou-me que se escutasse estalos no interior do mato tomasse cuidado e subisse em alguma árvore porque naquela época ainda vagavam porcos selvagens, “queixadas”, nos matos daquela região. Andavam em varas de 20 ou mais animais e atacavam tudo que vinha pela frente. De fato, não demorou e escutei um estalar estranho não muito longe. Subi numa árvore inclinada e fiquei esperando. Percebi logo que aquele estalar não saía do lugar e não foi possível observar movimentação no chão do mato. Observando melhor me dei conta de que se tratava de meia dúzia de pica-paus martelando no tronco de uma árvore seca lá perto. Avancei até o fim da picada na floresta e sentei-me num tronco caído e por um bom tempo observei aquele cenário telúrico. Poucos metros adiante erguia-se um enorme cedro que escapara da sanha dos madeireiros, seguramente duas vezes secular, uma dúzia de enormes grápias e aninhadas nos galhos e troncos magníficos exemplares de guaimbés com as raízes descendo pelos troncos ou diretamente pendendo até o chão. Canafístulas, louros, pau marfim, angicos, cabriúvas, canelas, copa encostando em copa, imitavam uma gigantesca catedral filtrando os raios do sol de um dia de dezembro sem nuvens. E na penumbra daquela catedral dezenas de espécies de arbustos, pequenas árvores, ervas rasteiras, samambaias, musgos e nos troncos das árvores as manchas multicoloridas de líquenes, ofereciam abrigo e refúgio a veados, roedores, cachorros do mato, catetos, queixadas, tatus, pacas, cutias, jararacas e serpentes não venenosas. Meu irmão informou-me que perto de uma cascata rodeada de floresta virgem nos fundos da sua propriedade, ficava um refúgio de antas e capivaras. Infelizmente não houve tempo para assar um churrasquinho ao pé daquela cascata em plena mata virgem. Embora carregasse comigo uma espingarda de dois canos calibre 28 não disparei um único tiro naquela manhã. Levei a espingarda mais por uma razão romântica imaginando parecer um daqueles caçadores que povoavam a minha imaginação pelas leituras de livros de aventureiros e viajantes. Uma espectativa não se concretizou e nunca concretizaria, isto é, observar em plena natureza uma bando de coatis andando nos galhos de algum gigante da floresta. Mas, não faltaram bandos e mais bandos de papagaios divertindo-se com suas algazarras nas copas das árvores e, de preferência, nos galhos de alguma grápia destacando-se do verde das copas. Em galhos secos sobressaindo da floresta ecoava o inconfundível martelar do ferreiro.

Nos finais da tarde, não em todos, descia com o Fridolino até o arroio São João para pescar jundiás. Esse arroio fazia parte desses cursos de água de pequeno porte, típicos das encostas, desde tempos imemoriais cobertas de mata virgem. Seus leitos pedregosos feitos por uma sequência de corredeiras alternando-se com remansos de água cristalina ofereciam o habitat perfeito para a procriação e proliferação de espécies de peixes como o cascudo, o jundiá e a traíra. As margens cobertas de mata virgem fechada abrigavam os predadores dos peixes dos arroios, com destaque para a cuica e a lontra. Munidos com um caniço de bambú, uma linha de pesca e um anzol comum e como isca uma minhoca, em questão de uma hora tínhamos fisgado vários quilos de jundiás. Lá pelas tantas as cuicas começaram a se manifestar com seu inconfundível cuicar, razão do seu nome. O Fridolino recolheu o caniço e sentenciou: vamos para casa. As cuicas terminaram com a nossa pesca. Em casa limpamos os jundiás à luz de um candeeiro pois, não havia luz elétrica. Minha cunhada, a Maria, aprontou a janta e fomos dormir. Naquela casa de pioneiros da mata virgem não havia muito espaço e somente dois quartos. Aprontaram para mim uma cama rústica na “sala”. Dormi o sono dos justos embalado pela sinfonia noturna de uma natureza recém “profanada” pela presença do homem. Lembro-me nos mínimos detalhes de um sonho daquela noite. O cenário foi o cemitério dos jesuítas em São Leopoldo. Eu iria entrar na Ordem em março do ano seguinte. Esse passo significava para mim, naquele momento, como que engajar-me como recruta numa missão tão ao gosto do autêntico jesuitismo imaginado por Santo Inácio e seus companheiros na capela de Mont Martre em Paris ao fundarem a Companhia de Jesus: cumprir uma missão, morrer no campo de batalha e ser sepultado num cemitério de guerra à sombra de uma cruz igual a milhares de outras com os nomes dos combatentes caídos, no cumprimento da missão que lhes fora confiada. Os cemitérios de guerra sempre foram para mim cenários de um significado histórico e existencial que vai muito além de um simples memorial. Lá encontram-se os milhares de “caídos” no cumprimento não de uma trefa rotineira, mas de uma missão. Lá naquele cemitério de São Leopoldo descansavam, exceto um ou outro sobrevivente, os heróis fundadores da velha guarda” dos jesuítas, procedentes da velha Germânia, que consolidaram a obra civilizatória que faz a diferença do sul do Brasil em relação com o restante do País. Naquela noite me assumi como recruta e decidi cumprir a tarefa que me caberia cumprir nessa Missão. As correções de rota de 22 anos mais tarde, para mim pelo menos, nada mais significaram do que a fidelidade a uma coerência de que jamais iria abrir mão. Voltarei mais abaixo e em outro momento ao assunto.

Nos dias que se seguiram visitei em primeiro lugar meu padrinho o Arthur Rambo do qual herdei o nome. Com mais um irmão, o Alfredo e uma irmã casada com um Tempass, viajaram na primavera de 1944, amontoados na mesma carroceria de caminhão para a então fronteira de colonização de São João do Oeste. Compraram colônias de terras vizinhas umas às outras na entrada dos complexos de floresta virgem do oeste de Santa Catarina. Meu padrinho, o Arhtur adquiriu 2 colônias e os outros, cada um, uma. Esse meu padrinho perdeu a esposa logo nos primeiros anos. Pelo que sei nunca superou essa perda embora tenha encontrada uma segunda esposa, também viúva jovem, que foi sua companheira fiel e dedicada para o resto da vida. Almocei na casa dele e ao tomarmos chimarrão antes do almoço, ele apontou para a segunda esposa ocupada no fogão e disse mais ou menos essas palavras: Ela é minha salvação. Depois desse encontro nunca mais me encontrei com esse homem, representante emblemático de todos os pioneiros nas fronteiras de colonização do século XIX e XX do sul do Brasil. Contaram-me que antes de morrer o Arthur pediu um gole de água. Depois de tomá-lo pronunciou as últimas palavras de um significado difícil de avaliar em toda a sua extensão: “Wen das gute kühle Wasser nicht wär” – “Se não fosse a água boa e fresca”, uma versão carregada de simbolismo do filósofo grego Tales de Mileto de 2.500 anos passados: “o todo é uno, o uno é plural e a água é o princípio de todasas coisas”.

O acontecimento mais importante dessa minha visita foi, sem dúvida, a missa da meia noite do Natal, conhecida como “a missa do galo”, oficiada pelo Pe. Schoebendach, o mesmo a quem me referi mais acima que presidiu a encomendação do meu pai. Relembrando que, naquela época, a comunidade de São João era 100% católica e de origem alemã ou alemães diretamente imigrados na década de 1930, o culto foi todo em alemão: as orações do povo, os cantos e o sermão, menos a liturgia da missa em si que foi em latim como em qualquer parte do mundo católico na época. Nunca vou esquecer aquele espetáculo de fé. Já na ida até a igreja paroquial pelas 10h da noite não havia caminho ou trilha saindo da mata virgem ou das clareias recém abertas que não trazia pessoas a cavalo, bandos de crianças e adolescentes, moças e moços, homens e mulheres dirigindo-se até a igreja. Todos aqueles que de alguma maneira tinham condições faziam questão de comparecer. E o resultado não podia ser outro. Nem a metade das pessoas coube no interior do magnífico templo todo construído com madeiras nobres doadas pelos paroquianos. Mais adiante volto para descrever aquela igreja única em todo sul do Brasil. As crianças acomodaram-se na frente e nos lados do altar não deixando um palmo livre. Os bancos e os corredores ficaram por conta dos adolescentes e adultos, mulheres e moças do lado esquerdo e homens e moços no direito, como era hábito naquele tempo. Quem não conseguiu lugar dentro da igreja assistiu a missa apinhado na porta principal e nas laterais além de um número grande de homens aglomerados nos gramados em volta do templo. Na hora da consagração ninguém se omitiu para ajoelhar-se na grama húmida pelo orvalho. O coral da comunidade deu o melhor de si e o Pe. Schoebendach caprichou com o sermão. A distribuição da comunhão levou no mínimo em torno de 20 minutos. A cerimônia toda estendeu-se até depois da uma hora com a comunidade inteira cantando “Grosser Gott wir loben Dich” – “Deus Eterno a Vós louvor”. O eco dessa vigorosa melodia em louvor ao poder e às obras do Criador, daquela madrugada de 25 de dezembro de 1949, rebatendo nas encostas dos morros, enchendo os vales e perpassando as florestas e plantações, gravou-se na minha memória nos mínimos detalhes. Quero apenas lembrar aos netos e bisnetos que hoje colhem os frutos do sangue e suor, das penúrias e sofrimentos, que não desmereçam o legado de valores humanos e religiosos daquela geração de homens e mulheres que empenharam o melhor de suas vidas e deram as próprias vidas, ao colocarem os fundamentos e pressupostos para a prosperidade do extremo oeste de Santa Catarina. Terminadas as celebrações litúrgicas o povo foi-se dispersando e as famílias se recolhendo nos seus modestos lares de madeira bruta acomodados nas clareiras rodeadas pelo clima da floresta carregado de mistério.

No dia 27 ou 28 de dezembro reuni meus pertences pois, chegara a hora de voltar para casa no Morro da Manteiga e passar os dois últimos meses de férias junto com minha mãe, minha irmã Ana, o Bertoldo e a Erica, o Raimundo e sua numerosa família. Depois do almoço despedi-me da família do Fridolino e em sua companhia fui esperar o ônibus na estrada que descia pela outra margem do Arroio São João. Com um aperto no coração despedi-me desse meu amado irmão. Na curva logo adiante olhei para trás, ele protegido pelo guarda-chuva abanava com a mão até a curva da estrada esconde-lo. A figura daquele homem de corpo franzino mas de uma alma e uma coragem de gigante plantado na beira da estrada abanando-me um adeus, faz parte de inúmeras cenas que povoam as muitas lembranças dos acontecimentos marcantes da minha vida.

Pela meia tarde o ônibus me deixou na Sede Capela no entroncamento da estrada para Itapiranga e o Porto Schöler. Caminhei os dois ou três quilômetros até a casa do meu amigo, o alfaiate Fridolino Juchem o mesmo onde pernoitei na vinda duas semanas antes. Na manhã seguinte o Telmo, também já conhecido, acompanhou-me até a casa de comércio dos Schöler. Não demorou e encostou o ônibus da “Serrana” que fazia o trajeto Porto Novo - Linha Imperial em Nova Petrópolis.

Pouca coisa guardei na memória desse retorno até em Casa no Morro da Manteiga. Só me lembro que cheguei lá na tarde da véspera do Ano Novo. No mais não ocorreram nos dois meses de férias eventos que mereçam um destaque especial. Ajudei o quanto me era possível nas lides diárias próprias na colônia como capinar, fazer pasto, cuidar dos animais e até peguei no arado de bois para lavrar uma área para plantar batata. No dia 27 de fevereiro despedi-me da minha mãe, da Ana, da Erika, da família do meu irmão Raimundo. O Bertoldo e eu montamos nos cavalos e cavalgamos até o Colégio Santo Inácio onde ocorreu o encontro dos candidatos ao noviciado. No dia seguinte a direção do Colégio ofereceu um almoço de confraternização. Às 4h embarcamos no trem que nos deixaria na estação em Montenegro. Lá esperava um caminhão que nos levou até o Colégio São José em Pareci Novo. O sol se punha enquanto passávamos pelo portal de entrada. Quando a porta se fechou fui tomado por uma sensação um tanto estranha. O mundo profano ficara para trás e começava uma nova e longa caminhada num ambiente inteiramente impregnado de espiritualidade: “O Noviciado”.

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