A Escola comunitária Teuto-Brasileira


Com a intenção de colaborar com o grave problema da educação no País, o autor pesquisando a documentação referente à imigração alemã no sul do Brasil, encontrou farto material sobre a Escola Comunitária. Como se trata de uma escola criada pela comunidade local, por ela amparada, financiada e garantida, parece válido apresentá-la como um modelo pertinente para sua época. Mais ainda, a ideia de escola comunitária, em moldes semelhantes, porém inserida na conjuntura de hoje, talvez possa contribuir para a solução do problema educacional e, quem sabe, de problemas de outra natureza.

Não se pretende, portanto, restringir o trabalho ao mero apanhado histórico. Pretende-se mostrar aos interessados como a escola nas comunidades Teuto-brasileiras representou o foco polarizador de todas as atividades comunitárias e não apenas a educação formal. A escola não foi mais uma repartição municipal ou estadual, oferecida pela generosidade das autoridades locais ou regionais. Foi uma instituição criada e ciosamente defendida pelas comunidades coloniais. Quem mexesse nela intrometia-se no próprio santuário no qual se guardavam e perpetuavam os valores culturais cultivados por séculos. São quatro os conteúdos referência do texto que segue em dois volumes: A História dessa escola, sua Natureza didático pedagógica, a Associação dos professores e a Formação dos professores. 

Por razões práticas escolhi como foco a Escola Comunitária Católica, fazendo referências à Escola Comunitária Protestante em momentos que se fizer oportuno. As restrições são meramente práticas e nada tem a ver com as divergência doutrinárias e ou disciplinares. Muito pelo contrário, as Escolas de ambas as confissões tiveram as mesmas características e em comum cumpriram a mesma função essencial. As fontes e documentos consultados e analisados encontram-se basicamente no Instituto Anchietano de Pesquisas e no Memorial Jesuíta na biblioteca central da Unisinos. Destaco os mais importantes: “Lehrerzeitung”, “Deutsches Volksblatt”, “Familienfreund Kalender”, “Sankt Paulusblatt” e não poucas informações avulsas. O texto foi enriquecido também com entrevistas de  antigos professores aina vivos na época.

A justiça manda registrar o meu agradecimento ao diretor do Instituto Anchietano de Pesquisas, Pe. Pedro I. Schmitz, que franqueou o acesso às fontes e documentos aí guardados. Agradeço também e modo especial ao Pe. Arthur Rabuske (in memoriam), pelas suas valiosas sugestões e informações sobre documentos e fontes. Espero contribuir com o presente trabalho no sentido de mostrar como a Escola Comunitária salvou da decadência cultural e religiosa as comunidades coloniais durante mais de um século (1835-1938) e, ao mesmo tempo, quem sabe,  contribuir enfrentar os desafios pelos quais a educação no País tenta superar neste começo do terceiro milênio.




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