Hans Driesch (1867-1942)
Hans Driesch nasceu em 1867 em Kreuzenach e faleceu em Leipzig em 1942. Tinha sido discípulo de E. Haeckel, não demorou em afastar-se da posição teórica do mestre. Foi professor de filosofia em Colônia e a partir de 1921 em Leipzig. Paralelo à docência na cátedra de Filosofia, realizou experiências com o desenvolvimento dos ovos do ouriço do mar. Os resultados convenceram-no de que o darwinismo não oferecia respostas convincentes para todos os fatos e fenômenos da natureza. Como tentativa de resposta formulou a teoria do Vitalismo para servir de alternativa ao evolucionismo como explicação para a dinâmica que rege os seres vivos. Valeu como uma primeira tentativa para superar o distanciamento entre as Ciências Naturais e as Ciências do Espírito.
Não há dúvida de que Driesch é credor, de um lado, de grandes méritos pela contribuição que deu à Biologia por meio de seus experimentos, e do outro, por ter partido de observações empíricas, utilizando-as para formular uma base interpretativa nova para o fenômeno da vida. Foi, entretanto, pouco feliz ao definir a essência do ser vivo. Concebeu-o, de um lado, formado pelas estruturas e funções orgânicas e, do outro, pela Entelequia, ou princípio vital. A Entelequia relaciona-se com o organismo vivo e suas funções como “o capitão com o navio”. Cabe-lhe orientar e conduzir as funções vitais. Desta forma Driesch não logrou superar o velho dualismo que perpassava em grande parte o pensamento ocidental: corpo e alma, espírito e matéria, princípio vital e estrutura orgânica, Entelequia e funções orgânicas. O mérito e o avanço de Driesch está no fato de ter chegado a esta conclusão como resultado de observações empíricas e não pela via da dedução abstrata.