A Sabedoria das narrações
bíblicas
O
título dessa segunda parte da Encíclica, ocupa-se com a relação da narração
bíblica com a questão ecológica. Essa narração, com destaque para o Gênesis,
mais diretamente relacionado com a problemática motivou, senão o maior, pelo
menos um dos maiores obstáculos para uma aliança entre a Ciência e a Religião.
Falar em visão bíblica da natureza costumava provocar calafrios nos cientistas.
Para os exegetas falar em evolução ou coisa do gênero soava como alerta de
heresia. Já refletimos mais acima em que terminou essa rejeição mútua em
relação ao entendimento sobre a origem e
o que se entendia pelo conceito de natureza. A interpretação literal do texto
do Gênesis e de outros livros sagrados, terminou no confronto direto com as
conquistas e revelações da Ciência. Em algumas denominações confessionais
terminou num fundamentalismo beirando o fanatismo religioso. Um fenômeno
parecido deu-se com figuras representativas
da Ciência. Um fundamentalismo não menos irredutível tomou conta de suas
convicções e atitudes. No que deu também já foi objeto de reflexões mais acima.
Apesar
do arrefecimento das tensões entre a Ciência e a Religião, posições
irredutíveis ainda podem ser identificadas em ambos os arraiais. Entretanto, o
auspicioso é que de ambos os lados partem sempre mais acenos para o entendimento
e a colaboração. Vamos deixar de lado as denominações cristãs que somam
dezenas, sua visão da natureza, sua posição em relação à ecologia, para nos
fixarmos na cosmovisão cristã-católica. Afinal, ela foi apresentada como versão
oficial para mais de um bilhão de católicos, pela autoridade máxima da Igreja
por meio de uma Encíclica, documento oficial de maior peso.
Durante
todo o século XIX e as três primeiras décadas do século XX, a posição oficial
da Igreja foi de reserva, desconfiança e rejeição aos avanços da Ciência. Em
alguns momentos, com no Concílio Vaticano I e durante todo o pontificado de Pio
IX e de Pio X no começo do século, reinou um verdadeiro fundamentalismo na
esfera oficial da Igreja. No Vaticano I,
interrompido pela guerra franco-prussiana, constava na agenda a condenação do
evolucionismo com heresia. Notórias foram as manifestações e determinações de
Pio X no tocante à Ciência e ao Modernismo. A interpretação literal do Gênesis figurava como intocável.
Passaram-se
os anos. A cada dia a Ciência vinha a público anunciando novas descobertas,
fundamentadas em bases sólidas. Neste período entram em cena cientistas saídos
das fileiras do clero secular e de ordens religiosas com o propósito de
harmonizar Ciência e Religião. Entre os mais
conhecidos e mundialmente reconhecidos no meio científico, figuram: o monge
agostiniano Gregor Mendel; o padre secular Girolamo Bresadolla, autoridade no
estudo dos fungos; o jesuíta Erich Wassmann, especialista em colônias de
formigas e térmites e sua relação simbiótica com fungos; o jesuíta Johannes
Rick, discípulo de Bresadolla; o também jesuíta Teilhard de Chardin,
antropólogo, etnólogo e filósofo, com sua famosa síntese universal exposta no
“Fenômeno Humano”, sua obra mais conhecida; Balduino Rambo, também jesuíta,
botânico e ambientalista. A estes somam-se dezenas de outros religiosos
cientistas nas mais diversas especialidade. Cada qual foi percebendo pelos
resultados de suas especialidades o que Erich Wassmann resumiu na pergunta:
“Será que a visão da Igreja em relação à sua visão do mundo, não está há
séculos defasada daquilo que a Ciência vem revelando a cada dia que passa?”
(Stimmen der Zeit, vol. 100, 1921, p. ?)
Felizmente
essa advertência da parte da Ciência, encontrou eco no papa Pio XII, um
intelectual de mente aberta. A partida oficial da Igreja Católica em busca do
diálogo com a Ciência se deu em agosto de 1943 com a Encíclica “Divino Afflante
Spiiritu”. Esse documento mexeu com um dos tabus defendidos com unhas e dentes
pelos “cães de guarda da ortodoxia”, isto é, a interpretação das narrativas
sobre a Criação, em especial do Gênesis. À luz das descobertas científicas já
não foi mais possível sustentar a interpretação ao pé da letra dos textos
sagrados. A arqueologia comprovara a existência do homem há dezenas de milhares de anos. A
paleontologia, a genética, a biologia, a
botânica, a zoologia desfizeram as dúvidas sobre os mecanismos da evolução,
responsáveis pela diversificação e complexificação
dos seres vivos. Diante dessa avalanche de evidências já não havia mais como
insistir razoavelmente na leitura literal daqueles textos. Em resposta a tudo
isso Pio XII publicou a Encíclica “Divino Afflante Spiritu”. Em resumo
argumentou que os estudos arqueológicos
e as pesquisas históricas, recomendavam uma revisão da “Vulgata” de São
Jerônimo, tradução oficial adotada pela Igreja. Para um interpretação mais
correta é preciso recorrer aos documentos originais encontrados nesse meio
tempo, tomar em consideração as circunstâncias históricas em que foram
escritos, as peculiaridades culturais e linguísticas e outros critérios. Além
dos avanços nos estudos arqueológicos e históricos, a pressão das
circunstâncias por uma revisão na interpretação dos textos sagrados, certamente
influíram nos termos da Encíclica. Essa
nova perspectiva abiu as portas para o reencontro entre a Ciência e a Religião.
A importância do documento foi de tal ordem que Raymond Brown, especialista em
estudos bíblicos o classificou como a “Carta Magna” do progresso bíblico. A Encíclica “Humani Generis” de 1950, também de
Pio XII veio a sacramentar, explicitar e consolidar a relação entre Ciência e
Religião, em busca de um entendimento produtivo no que se relaciona com a
natureza. Remetemos maiores detalhes sobre
a posição da Igreja nesta questão para o que foi apontado, mais acima, na
primeira parte destas reflexões.
Posto
esse pano de fundo convido a refletir um pouco mais sobre o que nos dizem as
grandes narrações bíblicas sobre “a relação do ser humano com o mundo” (Laudato
si, 65). A Encíclica ensina sobre a relação do ser humano com o mundo: “Na
primeira narração da obra criadora, o plano de Deus incluía a criação da
humanidade. Depois da criação do homem e da mulher, diz-se que Deus, vendo sua
obra, considerou-a muito boa”. (Laudato si, 65) O que de fato importa nesse
versículo do Gênesis é que a humanidade faz parte integrante da obra da criação
da Natureza. O que parece importante destacar é, em primeiro lugar, o fato de a
natureza e o universo, o mundo e a natureza terem sido criados. O mundo tem um
autor, não se fez a si mesmo, não é o resultado de um acaso, duma geração
espontânea. E a humanidade faz parte da
obra da criação, feita do mesmo “pó da terra” como os demais seres vivos. Esse
fato foi fartamente comprovado pela
ciência. O corpo da espécie humana é feito dos mesmos elementos químicos do
qualquer outra espécie viva. A unidade da espécie humana na multiplicidade de
suas formas, resultam das leis que comandam a evolução, como nas demais
espécies, e tem no genoma a sua explicação científica. Como as demais espécies
está inserido existencialmente no habitat natural e nele prospera ou sucumbe.
Um segundo aspecto merece atenção especial pois, é o ponto mais crítico na
interpretação do Gênesis. As opiniões se dividem entre os que aceitam a Criação
como um fato. Há as denominações confessionais cristã que não abrem mão da
interpretação literal do texto. Quando se faz menção ao barro, significa barro,
argila como definido pelo dicionário; a sequência dos sete dias ao longo dos
quais aconteceu a criação, significam literalmente os sete dias da semana; para
criar a mulher, Deus tirou uma costela de Adão. E assim todos os eventos da criação devem ser
entendidos ao pé da letra. É o
fundamentalismo que em questões referentes à
criação que tem como referência a opinião de Cuvier: “Existem tantas
espécies quantas foram criadas por Deus no início”. Acontece que essa
interpretação do Gênesis e outros textos da Sagrada Escritura, vão na contra
mão do avanço das Ciências e dos seus resultados.
Diante
da autenticidade dos dados científicos
que comprovam objetivamente a evolução atuando na natureza viva, os
criacionistas recorreram a teorias conciliatórias: a teoria do “Design
Inteligente” e a do “Deus das Lacunas”. Em resumo a teoria do “Design
Inteligente” pretende oferecer uma resposta explicativa para a existência e o
funcionamento das altas complexidades observadas no funcionamento em todos os
níveis da escala da vida. A célula é um exemplo dessa complexidade. “Há máquinas
complexas que traduzem o RNA para proteínas, outras ajudam as células se locomover e ouras que transmitem sinais da
superfície da célula até o núcleo, deslocando-se ao longo de uma trilha em
cascata de múltiplos componentes” (Collins, 2007, p. 191). Collins cita também
o olho como um exemplo emblemático de órgão complexo, semelhante a uma câmera
fotográfica, mas de anatomia e fisiologia que causam surpresa no mais
experimentado e treinado cientista e fisiologista. Collins que vem a ser um
cientista de primeira linha, especialista em genética médica, declaradamente
crente em Deus, observou em relação ao “Design Inteligente”. Essa teoria foi
recebida com euforia de modo especial por aqueles que se empenhavam em achar um
lugar para Deus no processo da evolução. Teve, porém, ressonância mínima entre
os cientistas mesmo entre os que aceitam
a existência de Deus. Não é aqui o lugar para entrar mais a fundo nas razões
que questionam a validade do “Design Inteligente” para explicar a complexidade
constatada na estrutura e funcionamento da vida. (mais em Collins, 2007, p. 187
ss)
A
teoria do “Deus das Lacunas” vem a ser uma consequência lógica da teoria do “Design Inteligente”, mais ou
menos uma versão moderna do “Deus ex Machina” do antigo teatro grego. A diferença
vem a ser que apela à intervenção divina em eventos que desafiam explicações
científicas. A teoria carrega no seu bojo o que compromete a sua credibilidade.
Cada vez que a ciência encontra uma explicação solidamente fundamentada,
dispensa a intervenção divina. A história da ciência oferece uma longa
sequência de fatos e eventos, atribuídos a deuses, espíritos, forças
sobrenaturais e outras explicações não científicas. Essas intervenções
tornam-se supérfluas na medida em que vão sendo superadas pelas descobertas da
ciência. E na medida em que as complexidades irredutíveis forem explicadas pela
ciência, o recurso, tanto ao “Design Inteligente”, quanto ao “Deus das
Lacunas”, vai perdendo a sua utilidade. Como então salvar o Criacionismo?
O
nosso já conhecido geneticista Francis Collins propõe uma saída, tanto para a
ciência, quanto para a religião. A solução encontra-se no pouco conhecido e
pouco utilizado conceito: “evolução teísta”. Apesar da pouca popularidade de
que goza. encontra cada vez mais adeptos e defensores nas fileiras dos
cientistas sérios e respeitados que creem em Deus, como é caso do próprio
Collins. Ele cita como exemplos o cientista americano Asa Gray talvez o maior
defensor do darwinismo nos Estados Unidos e Thodosius Dobzhansky que no século
XX consolidou as bases da genética científica e um defensor entusiasta do
evolucionismo. Collins continua afirmando que essa foi também a concepção dos
adeptos do hinduísmo, do islamismo, do sionismo e do cristianismo. Por essa
saída optariam também Santo Agostinho e o filósofo judeu do século XII
Maimonides, caso tivessem em mãos as evidências científicas de que hoje
dispomos. Cita ainda a declaração de
João Paulo II, também já registrada mais acima. Já que seu livro é de 2007, é
lícito acrescentar o que pensaram sobre a questão ecológica os papas anteriores,
Bento XVI e Francisco. A teoria “teísta” fundamenta-se de acordo com o nosso
cientista sobre as seguintes premissas.
1.
O
universo surgiu do nada, há aproximadamente
14 bilhões de anos.
2.
Apesar
das improbabilidades incomensuráveis, as propriedades do universo parecem ter
sido ajustadas para a criação da vida.
3.
Embora
o mecanismo exato da origem da vida na
Terra permaneça desconhecido, uma vez que a vida surgiu, o processo da evolução
e seleção natural permitiu o desenvolvimento da diversidade biológica e da
complexidade durante espaços de tempo muito vastos.
4.
Tão
logo a evolução seguiu seu rumo não foi necessária nenhuma intervenção
sobrenatural.
5.
Os
humanos fazem parte desse processo, partilhando um ancestral comum com os
grandes símios.
6.
Entretanto,
os humanos são exclusivos em características que desafiam a explicação
evolucionária e indicam nossa natureza espiritual. Isso inclui a existência da
Lei Moral (conhecimento do certo e errado) e a busca de Deus, que caracterizam
todas as culturas humanas. (Collins, 2007, p. 206)
Uma
visão do mundo e da natureza a partir dessas seis premissas conclui que uma
síntese entre Ciência e Religião é perfeitamente possível. Satisfaz
intelectualmente tanto o cientista, quanto o filósofo e o teólogo, porque se
fundamenta numa lógica validada pelos dados científicos. É preciso não esquecer
que Deus existe fora ou independente do tempo e do espaço. Neste caso sua ação
criadora não é limitada ou influenciada pelas leis que regem os processos e as
leis que comandam o acontecer no espaço e no tempo. Acontece que essas
leis e processos foram criados por Ele.
A ciência imerge cada dia mais fundo na complexidade da estrutura e funcionamento
da natureza. É previsível, se não acontecer
um acidente de percurso, num futuro, quem sabe não muito longínquo, poucos, ou
nenhum segredo de “como” funciona a natureza, não estejam desvendados. Contudo
ficarão abertas as perguntas: “como começou tudo?”, “porque existe natureza que está aí?”, “para onde caminha o
universo, a natureza e a humanidade?”.
Recorrendo
ao princípio da causalidade que afirma que tudo quanto existe tem uma causa – a
causa que produz um efeito tem quer suficiente, isto é, ter potencial para
produzir o respectivo efeito - causa e efeito não se identificam, são de
natureza diferente. Aplicando esse raciocínio ao Teísmo é legítimo concluir que
“o nada” não é suficiente para produzir alguma coisa. Aplicado esse princípio à origem do universo não há
outra saída a não ser recorrer a uma causa preexistente que criou “do nada” a
sua matéria, seu “estofo, no linguajar de Teilhard de Chardin. Ao mesmo tempo
que criou esse “estofo”, equipou-o com todas potencialidades capaz de
desdobrá-lo numa infinita variedade de formas
e complexidades. Ao mesmo tempo vinculou essa dinâmica a um objetivo, a
uma teleologia, que confere sentido à obra no seu conjunto. Nessa perspectiva
aconteceu um único ato criador dando existência à matéria prima ou o
estofo do universo. O que aconteceu depois
em diversificação e complexificação é obra
da evolução natural já prevista no projeto criador lá no começo de tudo. Cadmon
um m antigo poeta inglês pastor de ovelhas escutou numa noite de vigília junto
ao rebanho: “Cadmon canta-me a canção do começo de todas a coisa”. E Einstein
numa carta a sua filha Lieserl responde que a canção do começo de todas as
coisas “é uma canção de amor”.
Conclui-se
daí que o teísmo apela para um ato de
criação direto, uma única vez na história do universo lá no começo dos começos.
Os demais passos aconteceram de acordo como a previsão do Criador. Em outras
palavras. Deus Criador é a “causa primeira” que previu todas as “causas
secundárias” responsáveis imediatas por todas as etapas e passos posteriores
ocorridos na história da evolução. Collins observa.
Se alguém aceita esses seis
princípios (mencionados acima) percebe que surge uma síntese completamente
aceitável, que satisfaz intelectualmente e tem consistência lógica: Deus que
não se limita ao tempo e ao espaço criou o universo e estabeleceu as leis
naturais que o regem. Para povoar esse universo antes estéril com criaturas
vivas, Deus escolheu o mecanismo distinto da evolução para criar micróbios,
plantas e animais de todos os tipos. O mais extraordinário que Ele escolheu propositadamente, o mesmo
mecanismo para originar criaturas especiais que teriam inteligência,
conhecimento do certo e do errado, livre
arbítrio e o desejo de afinidade com Ele. Deus também sabia que esses seres, ao
fim, optariam por desobedecer a Lei Moral. (Collins, 2007, p. 206-207)
Depois
de sintetizar a compreensão teísta sobre a origem e a evolução do universo e da
natureza, Collins acrescenta algumas conclusões explicativas. Opina que a
concepção teísta do universo, da natureza, inclusive da humanidade, é
perfeitamente compatível com o que a ciência ensina a respeito. De outra parte
concorda com o que ensina e creem as grandes religiões monoteístas, com
destaque para o cristianismo, o sionismo e o islamismo. Mas é um fato também
que na linha da evolução teísta nenhum argumento da parte da lógica racional consegue
provar “preto no branco”, a existência de Deus. Crer em Deus, em última
análise, “é um ato de fé”, “um salto no escuro”. Dito de outra maneira. Crer em
Deus não é racional no sentido que se usa convencionalmente o conceito, tanto
na ciência quanto na filosofia. De outra parte também não é irracional porque
decorre das outras forma de conhecer, também já explicitadas acima, sobretudo a
percepção sensorial e a intuição. Para as duas formas de conhecer, o ter
certeza, “acreditar” em algo, dispensa
os argumentos e certezas legitimadas tanto pela racionalidade científica quanto pela racionalidade
filosófica. Aliás, o conhecimento e as certezas oferecidas pela intuição,
representam o fio condutor, o “Leitmotiv” de todo o conhecimento construído
desde o começo da história da humanidade. O Pe. Rambo defende essa modalidade
de conhecer como a mais importante
dentre todas as demais.
Entre a Ciência e a Fé
(entre as Ciências Naturais, as Ciências do Espírito. das Ciências Humanas, das
Letras e Artes, inciso do autor), estende-se o vasto campo da intuição, que não
é outra coisa senão um conhecimento
condensado. Não se trata tanto do significado e da expressão da palavra, como
do som subliminar que emite e da ressonância que desperta. A essa melodia
concomitante da linguagem humana até hoje se emprestou muito pouca atenção. Bem
considerada ela não é um som secundário, e sim a nota dominante no concerto
musical do espírito dinâmico do homem. (Rambo, 1994, p. 265)
Com
isso dispomos de uma possibilidade real, de uma saída consistente para a
racionalidade dos dados da ciência e a racionalidade filosófico-teológica. Na
raiz do ser e acontecer na natureza age uma causa de outro nível. A fé
alimentada pela intuição, confere legitimidade para aceitar uma causa acima e
além da natureza, fora do tempo e do espaço. Identificar essa causa como um
Deus Criador exige um ato de fé que não
é “racional” no sentido com que é entendido normalmente. Contudo, não é “irracional”
porque legitimado pela intuição. Collins conclui a reflexão sobre as
perspectivas da possibilidade de uma síntese pelo teísmo.
Contudo essa síntese proporcionou, a legiões de
cientistas que acreditam em Deus, uma
perspectiva satisfatória, consistente e enriquecedora que permite uma
coexistência pacífica das visões do
mundo científica e espiritual em nós. Essa perspectiva permite ao cientista que
acredita em Deus realizar-se intelectualmente e sentir-se espiritualmente vivo,
tanto ao idolatrar o Criador, quanto ao utilizar os instrumentos da ciência
para descobrir alguns dos admiráveis mistérios da Sua Criação. (Collins, 2007,
p. 207)