FRANCIS COLLINS (1950 ) - 5

Duas conclusões

Duas conclusões parecem ser  de importância nessa declaração de Collins. A primeira que a compreensão do homem na sua totalidade existencial e, porque não a compreensão do universo e da natureza, situa-se fora e além dos potenciais teóricos e metodológicos da ciência. Este fato leva à conclusão de que a face fora do alcance da ciência exige uma abordagem vinda de outra direção munida com as ferramentas capazes de iluminar a outra vertente de dados indispensáveis para completar a compreensão objetiva da natureza. Em outras palavras. Para entender a natureza como uma totalidade, como um dado objetivo, como uma síntese, não basta a aproximação pela análise e a indução. É preciso associar à investigação a abordagem sintético-dedutiva, e para dar alma e harmonia ao todo dessa síntese, cabe à intuição como conhecimento legítimo um papel mais importante do que muitos gostariam de admitir. Não sem razão o Pe. Balduino Rambo anotou em suas reflexões sobre o conhecimento.
Entre a Ciência e a Fé (entre as Ciências Naturais, a Filosofia e a Teologia, as Ciências Humanas, as Letras e Artes, inciso do autor), estende-se o vasto campo da intuição, que não é outra coisa do que um conhecimento condensado. Não se trata ali tanto do significado e da expressão imediata da palavra, como do som subliminar que emite e da ressonância que desperta. A essa melodia concomitante da linguagem humana até hoje se prestou pouca atenção. Bem considerada ela não é um som secundário, e sim a nota dominante no concerto musical do espírito dinâmico do homem, (Rambo,  1994, p. 265)
A intuição teve em Jean Jacques Rouseau a sua habilitação como forma legitima de conhecimento. A percepção imediata das realidades naturais pelos sentidos resulta na construção informal e espontânea dos corpos de conhecimento que subjazem às mais diversas culturas e civilizações. Com sua autoridade inconteste o grande filósofo da modernidade, deixou claro  que o homem busca a matéria prima do conhecimento no mundo ambiente em que vive e apropria-se dela por meio dos sentidos. A forma peculiar como essas percepções são elaboradas, depende da natureza delas, do entorno cultural em que é recebida e da forma única pela qual é percebida e elaborada pelas mentes individuais. Rousseau contentou-se, filósofo que era, em apresentar ideias sem propor caminhos para pô-las em prática. Talvez não intuísse o tamanho do potencial prático embutido nessa forma peculiar de conceber toda uma face importante do conhecimento. E o valor prático, inovador  e revolucionário encontra-se exatamente no plano mais sensível e mais decisivo da vida dos indivíduos e das sociedades por eles formadas: a Educação. E é exatamente pela educação formal e informal, no ambiente familiar e social e, principalmente de forma sistemática nos currículos  do nível infantil e fundamental, que os conhecimentos via sensorial e intuitivamente elaborados transformam-se no “som subliminar  que emite e da ressonância que desperta”. É a melodia concomitante da linguagem humana” (...) “A nota dominante no concerto musical”, como a classificou o Pe. Rambo na referência acima.
É até certo ponto surpreendente que a proposta de começar a educação infantil estimulando as crianças a entrar em contato com as realidades naturais que as rodeiam, encontra em Edward Wilson um dos seus defensores mais entusiastas e de maior peso. Com um currículo de biólogo construído durante mais de cinco décadas, tendo a entomologia como foco, impôs seu nome  como uma das  maiores autoridades na especialidade, é de esperar que suas sugestões sobre a educação das crianças tivesse como cenário privilegiado a “História Natural”. Sim, o velho e, por muitos desprezado e rejeitado conceito de “História Natural”, que para Wilson confere razão de ser e consistência a qualquer projeto ou iniciativa na pesquisa científica. Para ele a “Natureza é uma realidade objetiva”, portanto tem uma história, uma “História Natural” também objetiva. A História da Natureza, portanto, não é sucessão fortuita de fatos e acontecimentos sucedendo-se ao acaso ou uma visão momentânea desenhada a partir dos dados fornecidos pelas pesquisas científicas num determinado momento histórico. Visto sob este prisma o conhecimento obtido via sensorial e elaborado pela intuição não pode ser ignorado no momento em que se pretende propor, esboçar e formular uma síntese da Natureza. Não nos queremos alongar aqui numa análise mais detalhada da proposta de Edward Wilson, pois será objeto do capítulo seguinte dessas reflexões.
A necessidade de uma síntese
Depois dessa digressão voltemos  à proposta de Francis Collins. Pelo que se pode concluir pelas linhas e de modo especial pelas entrelinhas da “Linguagem de Deus”, ele abandonou o agnosticismo juvenil e aos 27 anos percebeu que o ateísmo que então professava, não oferecia respostas satisfatórias para situações vividas no diário dos internados nas enfermarias do hospital em que cumpria a residência médica e mais tarde ao dar assistência médica a populações pobres na Nigéria.
Sendo verdadeiros os pressupostos que acabamos de enumerar a compreensão da natureza como síntese só é possível se na sua concepção forem tomados em consideração o lugar e a importância que as três grandes fontes parciais do conhecimento forem devidamente contempladas. Recorrendo a uma metáfora essa síntese é comparável ao arco de pedra que sustenta um portal. Este  é formado por três elementos essenciais: os dois lados e a pedra de fecho. Um dos lados representa a parte de construção do arco cuja matéria prima é obtido por meio do método analítico-indutivo privativo das Ciências Naturais A matéria prima da segunda coluna do arco busca a sua matéria prima nas conclusões  fornecidas pelo método sintético-dedutivo das Ciências do Espírito. A pedra de fecho sem a qual nunca formarão um arco, com o formato característico de cunha e com a função de conferir “a natureza de arco ao arco”, deve ser procurada  na percepção sensorial, na intuição e nos sentidos que sugere para a compreensão da natureza como síntese. Não se trata de um método científico no sentido que Francis Bacon tinha em mente quando definiu os dois outros. A percepção sensorial  dos fatos oferecidos pela natureza, atribuindo-lhes sentidos e significados pela intuição é “a melodia concomitante, a nota predominante”, que perpassa o conhecimento da natureza. Em outras palavras. A percepção sensorial, fundamento da intuição foi senão a única, de longe a mais importante responsável pela compreensão da natureza e do homem até o advento da consolidação das bases das Ciências Naturais. E é importante que não se esqueça, que mesmo hoje, o desenho da cosmovisão do homem comum  trai muito mais traços buscados na intuição, na sua compreensão e nas atitudes diante os fenômenos naturais, do que parece e ou muitos  admitem.
Retornemos à concepção da Natureza como Síntese de Francis Collins. Depois de resumir a essência da concepção ateia e agnóstica, passa a fazer considerações sobre as várias formas de Criacionismo, umas mais e outras menos plausíveis. Demora-se depois na teoria do “Design Inteligente” que, nos últimos 20 anos, gozou de uma popularidade fora do comum na solução, melhor talvez, harmonização, entre os dados científicos em favor da evolução e a questão da oportunidade ou necessidade de recorrer à intervenção de uma causa externa  para resolver o impasse do “como” da origem do universo, da natureza e do homem, ou do como de alguns passos nevrálgicos da evolução que a ciência não resolveu satisfatoriamente até o momento, como: a origem da energia da qual se acredita ter sido moldado o universo; a origem da vida; e a origem do homem não na sua origem biológica, mas no que tange à sua inteligência reflexa, a lei moral que lhe é inerente, a  busca existencial  e universal da realização pessoal e, sobretudo, a busca de respostas para perguntas como: afinal, como estou aqui, o que faço aqui e para onde vou ou,  qual o sentido e o destino da minha existência?
A teoria do Design Inteligente, daqui em diante usaremos apenas as iniciais DI, foi formulada, não por um cientista que acredita na existência de Deus, nem por um filósofo ou teólogo, mas por um jurista cristão da Universidade da Califórnia em Berckeley. Na primeira década deste século a teoria do DI assumiu proporções tais que envolveram até o presidente dos Estados Unidos ao recomendar que a teoria do DI fosse incluída nos debates sobre a evolução. Aqui não é o lugar de  entrarmos em detalhes sobre a polêmica que se desencadeou com a popularização da teoria do DI. Interessa o que pretende oferecer em termos de solução a questões para as quais a ciência ainda não encontrou reposta.
Para começar existe uma certa dificuldade em definir exatamente o sentido que se atribui ao conceito do DI. À primeira vista  parece sugerir diversas formas de interpretação de como a “vida veio a acontecer neste planeta e a função que Deus pode ter tido nesse processo” (A linguagem de Deus, p. 188). Terminou predominando a compreensão de que se refere a uma série de conclusões sobre conceito de “complexidade irredutível”. Parte do pressuposto de que na natureza existem certos sistemas biológicos de complexidade tão alta que sua origem não pode ser atribuída a processos mais simples e menos complexos como são mutações espontâneas, ocasionais e vantajosas  perpetuadas pela seleção natural. A complexidade estrutural e funcional desses sistemas biológicos é de tal ordem que só podem ser explicada pela intervenção de alguma inteligência. Acontece que a maioria dos cientistas não aceita essa teoria como válida, principalmente depois que o julgamento  “Kitzmiller v. Dover Area Shool Didtrict”, no seu veredito concluiu pela inconsistência do conceito da “complexidade irredutível”. O DI,  fundamenta-se. segundo Collins, em três propostas. Primeira: a evolução induz uma visão de mundo ateísta e, portanto, aqueles que creem em Deus devem-se opor a ela; segunda: a evolução tem fundamentos falhos, pois não pode justificar a complexidade da natureza; terceira: se a evolução não pode explicar a complexidade irredutível, deve, então, ter existido um planejador inteligente, que de algum modo, entrou em cena para fornecer os componentes necessários durante o curso da evolução. (mais detalhes em Collins, 2007,  p. 190-193).
Sempre segundo o autor da “Linguagem de Deus”, há uma série de objeções que dificultam, para não dizer impedem a aceitação da teoria do DI, tanto pelo lado da ciência, quanto pelo lado da teologia. Da perspectiva científica destaca-se o fato de que muitos cientistas que creem em Deus logicamente deveriam aceitar a teoria do DI. Acontece que não é o caso. Para eles o DI resume-se no máximo numa preocupação secundária que merece pouca credibilidade científica. A razão também não está no fato de muitos cientistas não admitirem qualquer questionamento às afirmações sobre a evolução nos seus mínimos detalhes. A razão principal da inconsistência do DI, reside no fato de não poder ser credenciada como uma teoria científica propriamente dita, porque: uma teoria científica é estruturada de tal maneira que confere sentido  a um conjunto de observações experimentais; uma teoria científica prevê a possibilidade de outas descobertas e deixa o caminho aberto para verificações complementares e nisso o DI é falho.
Mas o que de fato compromete o futuro do DI, segundo Collins,  é constatação de que muitos complexos que pareciam irredutíveis na verdade não são. Nos 29 anos desde a popularização da teoria do DI, as pesquisas científicas avançaram muito. Avançaram especialmente no detalhamento do genoma de um série de espécies. A armadilha em que caíram os defensores do DI foi de confundirem “o desconhecido” com ”o desconhecível”. Aqui não é o lugar para detalhar os exemplos de várias pesquisas  que vão na contramão do que o DI sustenta. O interessado os encontra nas pgs. 194 e 199 do “A linguagem de Deus”.
Se de um lado o Di não consegue oferecer uma sustentação  científica consistente assim também não convence como solução teológica, Parece-se muito mais a um “deus ex machina” do teatro clássico, um recurso extraordinário e alheio, portanto, chamado para socorrer na solução de um impasse quando as ferramentas usuais já não dão conta do recado. Traduzido para a linguagem atual da ciência, o DI, o “deus ex machina” dos antigos corresponde ao “deus das lacunas. No momento em que a ciência se defronta com impasse sério na identificação de algum passo ou fenômeno de importância crucial para a investigação, recorre-se a uma explicação buscada fora do âmbito das ciências, um “deus ex machina”, uma causa extraordinária, uma intervenção externa, um ato criador,  para preencher “a lacuna”. Sendo assim o DI é chamado para   preencher “as lacunas” que qualquer ideário em qualquer um dos campos da pesquisa científica vai encontrando pelo caminho. Em essência não difere da atitude do pastor de ovelhas e cabras do neolítico observando a coreografia celeste em noites de vigília solitária, ou o agricultor da pré-história ao observar a trajetória diária do sol ou os ciclos mensais da lua. Viam nesses fenômenos  seres ou forças sobrenaturais em tudo. Há um outro aspeto no DI que, segundo Collins, colide frontalmente com a onipotência, a onisciência e a onipresença, especialmente as duas primeiras, atribuições ao  Deus da teologia. Levado às últimas consequências, “o DI retrata  o Todo-poderoso como um Criador atrapalhado, que precisa intervir de tempos em tempos para consertar as insuficiências do próprio projeto original, do qual se originou a complexidade da vida”. (Collins, p. 200)    Diante desse quadro a lógica leva a concluir que o DI não se sustenta como uma solução para dirimir o aparente impasse em que se encontram as Ciências Naturais e as Ciências do Espirito. Duas questões merecem ainda serem destacadas. Em primeiro lugar, não se questiona a sinceridade dos adeptos convictos do DI normalmente fiéis seguidores de denominações confessionais que interpretam as Sagradas Escritura ao pé da letra e não abrem mão da criação por Deus, e ao mesmo tempo, respeitam e aceitam os resultados das pesquisas científicas. Nessa polêmica a avassaladora influência da teoria da evolução de Darwin ocupa um lugar decisivo. Em segundo lugar, o fundamentalismo científico de muitos seguidores de Darwin, não do próprio Darwin, com destaque para Ernest Haeckel, pregam que o evolucionismo é necessariamente ateu. A defesa irredutível de cada uma das posições em caminhar na própria direção, ignorando  a outra, as leva, tanto uma quanto a outra, a um beco sem saída. Richard Dawkins, cientista e apóstolo do ateísmo citado por Collins, bem mostra em que terminam posições  excludentes. “o universo que observamos tem, exatamente, as propriedades que esperaríamos que existissem, na verdade, sem design, sem finalidade, sem mal e sem bem, nada além de uma indiferença cega e impiedosa?” Collins responde a Dawkins: “que jamais seja assim! Afirmo tanto ao que crê em Deus quanto ao cientista que existe uma solução nítida, obrigatória e satisfatória intelectualmente para essa busca pela verdade”. (Collins, 2007,  p. 201-202)
Na “Linguagem de Deus” Collins descreveu o caminho “tortuoso” até encontrar uma solução “intelectualmente satisfatória para essa busca da verdade”. Depois de perambular pela química, física e medicina encontrou o  caminho que lhe permitiu aliar o amor pela ciência e a Matemática e o desejo de ajudar as pessoas: A Genética Médica. Em outro momentos já referimos como o convívio com os pacientes nas enfermarias do hospital, chamaram a sua atenção sobre o vasto mundo das alegrias e principalmente dos dramas que fazem parte do quotidiano das pessoas comuns. Este mundo que não aparece nas provetas, em lâminas de microscópio, em reações químicas, cálculos estatísticos ou leis físicas. Foi aos poucos chegando à conclusão de que “Deus era muito mais atraente do que o ateísmo que até então tinha adotado ...” Collins foi-se convencendo aos poucos de que não havia nenhuma contradição de fundo entre as verdades científicas e as espirituais. Entrou para a “American Scientific Affiliation” formada por milhares de cientistas dos Estados Unidos que creem em Deus. Nos seus encontros, reflexões e publicações saíram não poucas propostas que fazem sentido, oferecendo saídas inteligentes para harmonizar a ciência e a fé. Sobre esses encontros de cientistas crentes, concluiu:
Confesso que durante muitos anos não prestei muita atenção ao potencial para  conflitos entre a ciência e a fé – não parecia tão importante assim. Não havia muito que descobrir, na pesquisa científica, sobre a genética humana, e havia bastante  a descobrir sobre a natureza de Deus lendo e discutindo sobre a natureza de Deus e discutindo a fé com outros que acreditavam nele”.
A necessidade de encontrar a harmonia das minhas visões de mundo veio, definitivamente, com o estudo dos genomas – o nosso e o do diversos organismos do planeta - . e começou a decolar, oferecendo-me um ponto de vista incrivelmente   rico e detalhado de como ocorreu a evolução por modificações a partir de um ancestral  comum. Aquilo, para mim,  em vez de algo não resolvido. era uma evidência distinta do parentesco entre todos os seres vivos, um momento de admiração. Percebi que se tratava de um plano em detalhes do mesmo Todo-Poderoso que trouxe o universo à existência e estabeleceu seus parâmetros físicos de forma precisa, a fim de permitir a criação de estrelas, planetas elementos pesados e a própria vida. Sem saber seu nome na ocasião, firmei-me confortavelmente numa síntese que  em geral é denominada  “evolução teísta”, uma posição que acho muitíssimo satisfatória até hoje. (Collins, 2007,  p. 204-205)
A proposta de Francis Collins, o cientista que decifrou as últimas vírgulas a “linguagem do genoma”, e com isto mergulhou até os arcanos do funcionamento da própria vida, sinaliza que a natureza, a partir das muitas perspectivas que pode ser observada e entendida, é uma síntese harmoniosa  moldada pelos resultados obtidos pelas Ciências Naturais, as Ciências do Espírito, as Ciências Humanas, a Letras e as Artes. Explica em seguida o que se entende por “evolução teísta”. Observa que nas grandes bibliotecas o espaço reservado para o darwinismo costuma ocupar prateleiras e mais prateleiras, assim como o criacionismo e o design inteligente. O conceito de evolução teísta é pouco mencionado mesmo entre os cientistas que acreditam em Deus. Chama a atenção que entre os biólogos sérios que  acreditam em Deus, entretanto, a evolução teísta conta com defensores de os nomes reconhecidos nas suas especialidades. Cita entre outros Asa Gray o maior defensor do darwinismo nos Estados Unidos e Theodosius Dobzhansky talvez o maior nome do século XX na genética e  do do pensamento evolucionista. Além desses e outros cientistas a ideia da evolução teísta encontra-se na base da doutrina do hinduísmo, do islamismo, do sionismo  e do cristianismo. É aceita por João Paulo II e por seu antecessor Pio XII, na famosa encíclica “Humani Generis”, datada de 1950. Consta também no pensamento de filósofos como Maimonides, judeu do século XII e Santo Agostinho  adotaria a evolução teísta se estivesse a par das conquistas atuais da ciência. Sutilezas e variações à parte, a evolução teísta fundamenta-se nos seguintes pressupostos.
1. O universo surgiu do nada, há aproximadamente 14 bilhões de anos; 2. Apesar das probabilidades incomensuráveis, as propriedades do universo parecem ter sido ajustadas para a criação da vida; 3. Embora o mecanismo exato da origem da vida na Terra permaneça desconhecido, uma vez que a vida surgiu, o processo de evolução e de seleção natural permitiu o desenvolvimento da diversidade biológica e da complexidade durante espaços de tempo muito vastos; 4. Tão logo a evolução seguiu seu rumo, não foi necessária nenhuma intervenção natural; 5. Os humanos fazem parte desse processo, partilhando um ancestral comum com os grandes símios; 6. Entretanto, os humanos são exclusivos em características que desafiam a explicação evolucionária e indicam nossa natureza espiritual. Isso inclui a existência da Lei Moral (o conhecimento do certo e do errado) e a busca de Deus, que caracterizam todas as culturas humanas. (Collins, 2007, p. 206)
Collins entra um pouco mais  a fundo na questão e destaca que a proposta teísta oferece uma “síntese perfeitamente aceitável que satisfaz intelectualmente e tem consistência lógica. Deus não é limitado pelo espaço e o tempo e nessa condição criou o universo e muniu-o com as leis naturais que o regem e acrescenta:

Para povoar este universo antes estéril com criaturas vivas, Deus escolheu o mecanismo distinto da evolução para criar micróbios, plantas e animais de todos os tipos. O mais extraordinário é que ele escolheu, propositadamente, o mesmo mecanismo  para originar criaturas especiais que teriam inteligência, conhecimento do certo e errado, livre-arbítrio e desejo de afinidade com Ele. Deus também sabia que esses seres, ao fim, optariam por desobedecer à Lei Moral. (Collins, 2007,  p. 207)

This entry was posted on segunda-feira, 20 de março de 2017. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. Responses are currently closed.