Observações
preliminares
A resposta par as questões (formuladas
na postagem anterior) é importante para nós pois, afirmamos de nós que somos
portadores da identidade étnica alemã e com a mesma convicção declaramos que
pertencemos à comunidade nacional brasileira. O teuto-brasileirismo pressupõe,
como dados prévios e permanentes, a identidade étnica alemã e a comunidade
nacional brasileira e a eles deve a sua existência.
Provavelmente poucos de nós já refletiram
sobre a questão se as duas realidades
pode conviver. Levados pela nossa intuição estamos inteiramente
convencidos que a identidade étnica alemã e a brasilidade são perfeitamente
capazes de sintonizar-se no mesmo peito a serviço de uma harmonia mais elevada.
Só recentemente escutam-se vozes
destoantes. Explica-se pelo fato de a forma de conceber os conceitos de
identidade étnica e comunidade nacional, ter recebido um novo componente vindo
da terra-mãe de origem dos alemães. O fato é que nunca nos preocupamos em avaliar o que nós
queremos que se entenda concretamente com esses conceitos. Representavam para
nós simplesmente valores que tinham em grande conta e dos quais tínhamos a
consciência de estarem em nosso íntimo, sem termos sentido a necessidade
de os dissecar com o bisturi da razão.
De outra parte não nos foi possível trabalhar de maneira compreensível
os novos conteúdos dos conceitos de identidade étnica e comunidade nacional
pois, hoje nos são apresentados com este e amanhã e amanhã com aquele sentido.
De Qualquer maneira percebemos que o novo é algo diferentes daquilo que
tínhamos entendido até agora. Está na hora de nos darmos conta disso e
explicitarmos o que entendemos, a fim de por em sintonia em nós a identidade
étnica e o pertencimento à comunidade nacional brasileira. É preciso examinar também se o novo é sintonizável com
essa harmonia. É importante esse esforço porque dele depende a nossa existência
como teuto-brasileiros.
A resposta a essas perguntas não
é fácil, porque a não existência de conceitos claramente definidos, faz com que
o interessado se sinta perdido no meio do emaranhado dos próprios pontos de
vista e de opiniões vagas, de momento ainda não bem comprovadas.
Refiro-me a confusão de
sentimentos, porque os sentimentos como uma função da alma, não estão
subordinados à ordem lógica das leis do pensamento. Aquele que submete a
análise da sua vida de sentimentos à armadura de conceitos rígidos, chegará à conclusão que alimenta
sentimentos irreconciliáveis no seu íntimo. Não são necessariamente percebidos como irreconciliáveis enquanto
dormitam ou surgem isoladamente à átona, para fazer valer os seus direitos. Em
dado momento, porém, emergem como concorrentes entre si e podem gerar conflitos
internos não suspeitados.
Uma reflexão sobre as perguntas
aqui colocadas e a tentativa de uma resposta compreensível, poderá por às
claras contradições internas de sentimentos, antes de se manifestarem de forma
aguda. Ninguém está em condições de decidir sobre seus sentimentos pois,
desenvolvem-se sobre a matriz do precondicionamento e alimentados por vivencias
ocasionais. Por essa razão apresentam-se de forma diferente em cada pessoa,
fato que torna ainda mais difícil a compreensão de cada indivíduo no que diz
respeito ao entendimento do conjunto de perguntas.
Mas uma pessoa que reflete
logrará realizar uma correção nos seus sentimentos, ao tomar consciência das
contradições irredutíveis. Naturalmente não se trata de uma tarefa fácil,
porque implica em erradicar sentimentos profundamente enraizados ou pelo menos
em redimensioná-los. Tona-se especialmente
complicado nos casos em que a falta de coerência nos sentimentos, não
foi uma constatação pessoal, mas foi preciso que um estranho chamasse a atenção
sobre os conflitos que ameaçam a integridade de uma personalidade.
Estar em condições de detectar as contradições em seus
sentimentos depende naturalmente, em grande parte, dos pressupostos e dos
objetivos que cada um em particular
considera válidos. De é que para
ele se configura como contradição uma situação em que outros já perceberam como
insustentável. Caso desejarem que outros nos façam companhia na nossa jornada,
torna-se indispensável que concordemos, antes de mais nada, com os pressupostos
e os objetivos.
Falando objetivamente: nesta
tarefa o teuto-brasileirismo, isto é, a identidade alemã e a comunidade nacional brasileira são pressupostos e
objetivos. A representação da idéia que se tem em relação ao sentido da
identidade étnica e da comunidade nacional, devem ser compatíveis com esses pressupostos e
subordinar-se a esse objetivo.
Uma correção torna-se necessária
no momento em que esses dois fenômenos coexistirem num teuto-brasileiro de tal
maneira que, no plano objetivo, não se
harmonizam. Se não for possível impõe-se
renunciar tanto ao pressuposto quanto ao objetivo e deixar de
denominar-se teuto-brasileiro, a não ser que se pretenda viver conscientemente
como um hermafrodita.
O presente trabalho acredita no
seu pressuposto e procura na perder de vista o seu objetivo. O
teuto-brasileirismo não implica numa posição ambígua, mas numa unidade. É
indispensável que realize a amálgama entre identidade étnica alemã e a brasileira
mesmo que o preço signifique alguma correção de sentimentos.
É forçoso por em dúvida a
possibilidade de convencer disto os que são alheiros às nossas vivencias
emocionais e muito menos as querem vivenciar. De qualquer forma é importante
que saibam como nós teuto-brasileiros pensamos e, fieis à nossa maneira de
pensar, percebemos a identidade étnica e a comunidade nacional. Embora sua
maneira de perceber seja diferente, porque para eles valem outros pressupostos e outros objetivos, é
importante que tomem conhecimento do que
será dito aqui para que, no futuro, respeitem a nossa maneira de ser.
Já que o conjunto de questões
propostas no documento do concurso tem a ver muito com sentimentos, nenhuma das
contribuições está em condições de
pretender apresentar respostas e
explicações definitivas, conclusivas e irrefutáveis. Eis a razão porque o
presente trabalho não tem a veleidade de ser inquestionável e inatacável nos
seus detalhes.
Identidade étnica e comunidade
nacional são conceitos, quem sabe, passíveis de outras definições, daquelas que
formularemos a seguir. Trata-se aqui, entretanto, de uma maneira de conceber os
fatos permite uma sintonia harmônica.
Todo aquele que procurar dar um
significado diferente ao conceito de identidade étnica e comunidade nacional,
merecerá o nosso aplauso, contanto que tome o cuidado que a harmonia no
teuto-brasileirismo seja garantida e contanto que não nos acuse de nada capaz
de romper a unidade da nossa personalidade teuto-brasileira.
Identidade étnica e comunidade
nacional em análise – uma
consideração especial para as
modalidades de sentido alemãs
É inegável que a língua alemã
permite o mesmo sentido para os dois conceitos: identidade nacional e
comunidade nacional.
É licito empregar a expressão
“etnicidade alemã” como conceito coletivo para designar a germanidade no mundo.
Da mesma forma é possível entender sob a denominação “comunidade nacional
alemã” a totalidade da “etnicidade do
povo alemão” (Volksdeutschtum). Linguisticamente é possível e faz-se largo uso
disso por razões estilísticas ou por preguiça mental. Não são felizes,
entretanto, os oradores e os escritores que não são capazes de perceber a
possibilidade de sentidos diferentes nos diversos conceitos.
Num uso lingüístico recente o
novo parece que se emprestam sentidos diferentes aos conceitos de identidade e
comunidade nacional. Conta-se que o temo identidade étnica é empregado de
preferência quando o povo é observado do lado de fora. O termo comunidade
nacional merece preferência quando o povo
é visto a partir de dentro. Neste caso os conceitos se sobrepõem, em última
análise, naquilo que lhes é essencial. No caso de querer compreender o conceito
de povo conforme o espírito dessa nova foram de interpretação lingüística,
seriam preciso, antes de mais nada,
defini-lo. Observa-se, de retos, também que o conceito de identidade étnica está sendo lentamente
posto de lado em favor do conceito de comunidade nacional, fato que o
observador atento percebe. Hoje se dá mais importância à comunidade nacional.
O objetivo deste trabalho não
pode consistir apenas numa análise filosófica
do que hoje ocasional ou normalmente se entende por identidade étnica e
comunidade nacional. Muito menos ainda, como se afirmou quando se instalou uma
enorme confusão em torno dos conceitos, neste momento quando se pregoa que o
povo alemão está por alcançar sua plenitude com a doutrina do nacional
socialismo. Se é verdade que o povo alemão está conquistando somente agora a
sua valorização plena, fia claro que se pretende entender com o termo povo algo
diferentes do que até agora pois, não há que negar que já se conhecia um povo alemão antes.
Fixemo-nos por isso na questão o
que nós teuto-brasileiros entendemos por identidade étnica e comunidade
nacional. De outra parte trata-se da única compreensão possível no momento em
que nos declaramos pertencentes à identidade étnica alemã e integrados na
comunidade nacional Brasileira. Fazemos assim entender previamente que tratamos
identidade étnica e comunidade nacional como duas realidades e como dois
conceitos distintos.
O
que é identidade étnica?
Tentemos uma aproximação do
conceito de identidade étnica pelo que ela não é.
A identidade étnica não se
identifica com o Estado porque
ultrapassa as suas fronteiras. A identidade étnica alemã floresce também fora
do Estado alemão. Isto não acontece apenas com as minorias que resultaram do
tratado de paz dos vencedores, pelos quais parcelas do povo alemão foram
excluídas contra a vontade da sua pátria
natal. Encontram-se também como grupos livres e compactos nos mais diversos
Estados do mundo.
Entre as minorias no rigoroso
sentido do termo, que foram colocadas sob a proteção da comunidade das nações
(Volksbund) pelos acordos de paz, alimenta-se a nostalgia pelo retorno à
Alemanha, pela reincorporação ao Estado alemão e ao seu povo (lembramos o
plebiscito da Silésia e do Sarre). O ponto de vista que a identidade étnica
poderia ser incompatível com o Estado,
não é em hipótese alguma o caso dos
grupos étnicos que se formaram espontaneamente em datas mais antigas e mais
recentes.
Está na memória recente a
resistência da Áustria contra a anexação forçada ao “Reich” alemão, por meio do
alinhamento (Gleichschaltung) nacional socialista, se bem que exatamente a
Áustria se dispusesse a participar da Federação dos Estados Alemães, como um
Estado parceiro relativamente autônomo. Ninguém da parte do Estado alemão,
porém, se atreva propor aos teuto-suíços a anexação (Gleichschlatung) ou
incorporação (Eingliedrung). Os suíços sentem-se perfeitamente seguros no seio do seu Estado
Confederado. Não querem saber de outra forma de autoridade estatal e rejeitam
qualquer sugestão neste sentido como a mais negra traição contra a sua
comunidade nacional confederada. Independentemente da sua adesão irrestrita à
identidade étnica alemã, não hesitariam em atirar, ao lado dos seus
confederados de outras procedências étnica, contra alemães que, em nome do
Estado Alemão, se atrevessem a violar as fronteiras da Suíça. O mesmo se
esperaria dos belgas de hoje, de etnia francesa predominante, uma resistência
armada contra uma eventual invasão por parte da França. Quando se acusa a
Bélgica de ter permitido a passagem das tropas francesas em 1914, as razões não
foram étnicas, mas razões de Estado.
As circunstâncias em que vive o
nosso grupo étnico teuto-brasileiro são semelhantes. Embora a nossa
incorporação no “Reich” seja um absurdo total (tão absurda como a incorporação
dos teuto-suíços), no plano teórico é
licito formular a pergunta: Quem como
teuto-brasileiro estria a favor que o Estado Alemão estendesse a sua hegemonia
sobre partes do território brasileiro, onde se encontram consideráveis
minorias? Temos certeza que não se
encontrará um único traidor do Estado e da Pátria brasileira. E apesar disto
declaramos fidelidade à nossa identidade étnica alemã!
Em última análise não é tão
absurda a hipótese da expansão do poder político-estatal sobre o nosso grupo
étnico alemão.A estrutura do Estado Alemão e as ramificações da organização
para o estrangeiro da NSDAP, empenham-se com toda a seriedade nessa tarefa.
Partem de uma compreensão equivocada do que seja identidade étnica sobre os
teuto-brasileiros. A resistência que encontram mostra claramente que a grande
maioria do grupo étnico teuto-brasileiro sabe distinguir bem entre Estado e
Identidade Étnica.
O fato de uma outra parte não
perceber a profunda diferença, explica-se em parte pela confusão de conceitos
que certos indivíduos crédulos possuem. Explica-se pelo fato de organismos
estatais a serviço de uma política externa mascaram elementos buscados na
identidade étnica. De outra parte é explicável ainda que um segmento de
teuto-brasileiros, induzido por
compreensões equivocadas de fatos, querendo expressar a sua admiração
pela nova Alemanha, sem se dar conta vão ao encontro das pretensões dela. Com
uma atitude deste tipo não se presta
serviço algum nem à causa étnica, nem ao Brasil, nem à Alemanha. A
contradição interna dos sentimentos de tais teuto-brasileiros leva também a
conflitos internos. O mesmo acontecerá
se um dia o Estado Alemão estender parcialmente o seu poder sobre
regiões do Estado Brasileiro, levando as respectivas populações a conflitos
reais.
Identidade étnica e Estado
evidentemente não significam a mesma coisa. A identidade étnica, como vimos,
continua a existir mesmo para alem das fronteiras do Estado mesmo que isto leve
não poucas vezes a acirradas oposições ao Estado e seus organismos (caso contrario não seria
possível que, na condição de cidadãos brasileiros, nos reconhecermos como
pertencentes ao grupo alemão). Não se
pode ignorar, entretanto, que o Estado, a comunidade nacional, resgata e
promove a identidade étnica.
Suponhamos que na Suíça haja uma
identidade étnica suíça específica ao lado das identidades étnicas que
compuseram a Federação Suíça. A identidade
étnica suíça distinguir-se-ia da alemã, da francesa, da italiana, como
resultado do encontro pelo povo suíço do
caminho em direção à construção no seu Estado, de uma comunidade de destino
(Schicksalsgemeinschaft). O resultado seriam
os traços característicos daquilo que com toda a razão se poderia chamar de identidade étnica suíça.
Não é o Estado em si que gera
espontaneamente a identidade étnica. A identidade étnica não é passível de uma
indução consciente e comandada. É preciso que evolua organicamente através da história. Acontece, porém, que o
Estado é um pressuposto para que a evolução histórica comum e comunitária
aconteça. E é neste sentido que é um
pressuposto indireto na formação da identidade étnica brasileira em formação.
Do outro lado confirma-se que também a
livre identidade alemã fora da Alemanha, deve ter emergido de alguma forma e em alguma época do Estado
Alemão.
A
identidade étnica não se resume na língua
Mesmo que a língua assim como o
Estado seja um poderoso fator na gênese
e na preservação da identidade étnica, a língua comum não pode, de forma
alguma, coincidir com a identidade étnica.
Nos territórios da
Tchecoeslováquia e da Polônia havia e há ainda populações de língua alemã na
época em esses povos lutavam pela independência. Eram tudo menos representantes
ou integrantes da identidade étnica alemã. Encontram-se ciganos que falam e só falam alemão mas ninguém se
atreveria a contá-los entre os de etnia alemã. Os judeus falam alemão e contudo
se lhes nega a identidade étnica alemã (para um número muito elevado deles
injustamente).
Prova-se também de um outro ponto
de vista que identidade étnica e língua não são a mesma coisa. Seria
desconhecer por completo o problema das minorias nacionais, caso quiséssemos ver nelas apenas fragmentos de identidade
étnica não “resolvidos”, tendo pro ex.,
a nostalgia pela reunião com a pátria mãe e seu povo como traço característico.
O numero das assim chamadas minorias étnicas, inteiramente estranhas a essa
nostalgia, é muito maior do que as minorias “irredentas”.
É a própria Alemanha que se
orgulha de ter “germanizado” suas minorias quando estas, na plena liberdade de
viver sua maneira própria de ser, não pretendiam ser outra coisa do que
alemães. Os teuto-russos hoje
dispersos pelo mundo todo, pertencem
obviamente à identidade étnica alemã, mas o povo russo lhes imprimiu também
traços indeléveis. Ao abandonarem a terra natal russa não fugiram da identidade
russa, mas do bolchevismo. Hoje, vivendo por assim dizer no exílio, sua
nostalgia não se dirige para a Alemanha, nem para a reunião com o povo alemão,
mas para a Rússia e a velha identidade étnica russa. As canções do Volga
carregadas de sentimentos são o testemunho das suas peculiaridades.
Os bretões não falam francês e
contudo inserem-se na identidade étnica francesa. Apontemos novamente a Suíça
que, sob o ponto de vista étnico representa a configuração mais interessante e
mais instrutiva de todo o mundo, para mostrar que a mesma língua não se
confunde com identidade étnica. Um exemplo convincente oferecem também a Noruega e a Dinamarca. Em ambos se fala a
mesma língua, mas cada povo individualmente ostenta uma identidade étnica
própria.
Falaremos mais adiante da
identidade étnica brasileira. Podemos
adiantar que ela está em vias de acontecer. Na medida em que nos é possível
avaliar as coisas, constatamos que não há nenhum obstáculo que impeça a nossa
participação no processo e que contribuamos com a nossa parte, sem prejudicar a
nossa língua e a nossa identidade étnica alemã.
De outra parte não podemos
ignorar as íntimas e mutuas relações entre a identidade étnica e a língua. A
perda da língua, via de regra, vem seguida pela perda da identidade étnica, se
é que esta já não aconteceu antes. A comunidade da mesma língua é o pressuposto
imediato para a gênese da identidade étnica. Grupos dentro do mesmo povo que
não se entendem não têm condições de desenvolver uma identidade étnica comum.
Nos casos em que se constatam relações de natureza étnica entre grupos diferentes,
observa-se em grau acentuado o fenômeno do bilingüismo, da parte de um ou de
ambos os grupos. A identidade étnica comum não é viável sem a base da língua
comum, na forma da unidade da língua ou do bilingüismo.
Tratando-se do bilingüismo não é
necessário que todos os integrantes da respectiva parcela do povo o pratiquem.
Nem todos os teuto-suíços falam
francês e italiano e vice-versa e,
contudo, persiste uma identidade étnica suíça. Nem todos os teuto-brasileiros
dominam o português, sem que isto os exclua da participação na identidade
étnica brasileira em formação. Basta que o bilingüismo esteja presente na
respectiva parcela do povo num nível tal que permite o intercâmbio até as
minúcias mais insignificantes, com o grupo de outra língua.
Identidade
étnica e raça não coincidem
Independentemente do fato de
existir ou não um raça alemã, não é de se admirar que, numa época em que o
“mito raça” ronda o espaço em que vive o povo alemão, que se confunda
identidade étnica com raça, quando exatamente neste contexto existem muitos
elementos que provam o contrario.
Façams, antes de mais nada, a
seguinte reflexão: na suposição de uma criança teuto-brasileira ser
acolhida num lar de luso-brasileiros e
crescer numa ambiente inteiramente luso-brasileiro, ao tornar-se adulta, ela
poderá ser considerada como portadora da identidade alemã? Sua raça alemã não
se modificou. Caso a raça fosse elemento decisivo a identidade étnica não
poderia ter sido perdida, coisa aliás não poucas vezes afirmada por razões políticas,
quando na verdade carece de qualquer base objetiva.
Em nosso País existem, não
centenas, mas milhares de brasileiros para os quais a identidade étnica alemã é
um livro com sete selos, quando pela raça e pelo sangue seriam
inconfundivelmente alemães, ao ponto de despertar inveja a muito alemão orgulhoso da sua raça.
Quantas centenas de milhares de italianos e franceses de raça alemã vivem nas
províncias setentrionais desses países?
Se hoje uma política nacionalista
teoretizante (que ama chamar-se ciência) exige que qualquer um de “sangue alemão” se integre na
identidade germânica e no sentido mais estrito na sociedade nacional alemã,
nada mais faz do que, como bom leigo no assunto, confundir os dados objetivos.
Assim como a raça não exprime
a identidade étnica, a identidade étnica, por sua vez, pode incorporar
várias raças. Os descendentes dos hugenotes franceses, que ainda hoje exibem
seus nomes e traços físicos franceses, foram com toda a certeza absorvidos ela
identidade étnica alemã. Não seria por acaso justo que a maior parte das
famílias de judeus, há muito radicados na Alemanha, fosse incluída na
identidade étnica alemã? Isso é possível
no momento em que a identidade
étnica é exigida de acordo com uma interpretação materialista unilateral.
Não há dúvida que a uniformidade
racial num povo, assim como a língua comum
e a reunião num estado, são fatores de estímulo para a formação de uma
identidade étnica uniforme. O “melting pot” norte americano produziu, não em
último lugar, resultados tão substantivos, porque houve o cuidado de estimular
o afluxo de raças de parentesco próximo.
Mas mesmo as raças afastadas umas
das outras encontram-se unidas numa identidade étnica coesa, apos sofrerem as
influências de uma longa jornada histórica em comum, contanto que a caminhada
se tenha estendido por séculos e até milênios. O próprio povo alemão é um
exemplo didático. Ainda hoje é possível avaliar o tamanho da distancia entre os
componentes raciais originais, que contribuíram para a sua gênese. Mesmo assim
é possível distinguir as diferenças dos trocos em meio ao povo alemão, apesar
do milenar destino comum e a miscigenação sanguínea que o acompanhou. Também no
povo brasileiro as diferenças raciais não serão capazes de sustar a realização
de uma identidade étnica una.
Conclusão: a identidade étnica
não se iguala a uma comunidade nacional, lingüística e racial.
Porque afinal escolhemos o
caminho das três negações? Porque não nos lançamos logo na perseguição do objetivo de
analisarmos a opinião que provavelmente é a mais generalizada, isto é, que o
conceito de identidade étnica coincide
com o conceito de povo, na medida em que o povo é o substrato da identidade
étnica? Optamos por esse caminho pela necessidade de nos prepararmos para
enfrentar essa interpretação, que é a mais comum.
Povo
e identidade étnica não coincidem
O povo é o portador da identidade
étnica. Todos os integrantes do povo são portadores da identidade, mas nem
todos os portadores da identidade étnica alemã fazem parte do povo alemão. O
conceito de identidade étnica é mais abrangente do o conceito de povo.
Na verdade não era de se esperar outra informação, já que povo e
estado coincidem e, ao mesmo tempo, constatamos que estado e identidade étnica
são duas realidades distintas. O
“Pequeno Herder” define povo como sendo o conjunto de pessoas ligadas ao
Estado. Muitos provavelmente irão chocar-se com a definição e perguntar: Onde
se situam então os 35 milhões de alemães que o povo alemão registra e que vivem
no estrangeiro? E, contudo, a definição está correta. Povo significa o conjunto
de pessoas ligadas a um Estado.
É preciso emprestar um valor
tanto maior a essa constatação, quanto mais
o novo Estado Alemão parece esquecer-se que os “35 milhões de alemães”
não são cidadãos alemães, não fazem parte do mesmo povo (Volksgenossen) e,
portanto, não fazem parte da comunidade nacional. São representantes da
identidade étnica alemã fora da Alemanha, sobre os quais a Alemanha não tem
jurisdição e não pode exercer poder.
O Estado Alemão de hoje, melhor o
seu partido único totalitário, por razões de hegemonia política, prega palavras
de ordem para um povo de cem milhões de alemães. O conceito de povo foi de tal
maneira ampliado que, na prática, coincide com o de identidade étnica.
Neste caso, em consonância com a
doutrina nacional socialista sobre a raça, num passe de mágica, a comunidade
nacional é concebida como uma comunidade de sangue. Numa penada só todos os
membros da raça, querendo ou não, são rotulados como camaradas do mesmo povo
(Volksgenossen).
Mostramos que a identidade étnica
não coincide com a comunidade de raça, apesar de essa confusão diluir as
verdadeiras fronteiras territoriais da identidade étnica, sem anular o todo.
Quando se trata de conceituar o que seja povo, o componente raça torna-se
aberrante pois, anula completamente os limites da comunidade nacional, próprios
do Estado, em favor de um traçado de fronteiras imaginárias e sem valor teórico ou pratico, a não se que
se aposte no efeito auto sugestivo do pensamento de um povo que se julga
grande.Tudo isso parece muito bonito e muito certo. O que diríamos, entretanto,
no momento em que a Inglaterra, por ex., reclamasse para si o povo americano,
ou Portugal o povo brasileiro, ou a Espanha todas as parcelas dos povos da
América Central e do Sul, onde há incidência espanhola. Não passaria de uma
flagrante tolice, não é verdade?
Americanos, brasileiros,
argentinos, mexicanos, chilenos, com certeza protestariam contra tais
pretensões dos seus países de origem. Da mesma forma protestamos também nós
que, da parte política da Alemanha, se denomine como povo e comunidade
nacional, o que também pode significar identidade éntnica.
É provável que na própria
Alemanha não se faça uma idéia exata sobre quantos de sangue alemão estão
espalhados pelo mundo que, alem do sangue, não têm mais nada em comum com o
povo alemão (em parte também com a identidade étnica). De outra parte convinha
lembrar o caso inverso na própria Alemanha da assimilação do sangue estranho
dos hugenotes pela etnia e pelo povo
alemão. Acontece, porém, que nós mesmos nos iludimos com a falta de lógica ao
apontarmos unilateralmente a raça judaica, proscrita do povo alemão (da identidade étnica alemã)
pelas leis de Nürenberg, fazendo de conta que no seio do povo alemão não
existem raças.
Mas para nós aqui no Brasil não
pode deixar de cai em vista que a identificação entre raça e povo não tem
cabimento. Somos testemunhas da gênese
do povo brasileiro que de forma alguma é alimentado pela natureza racial.
Para nós está claro que povo e identidade étnica são duas coisas diferentes.
Ninguém irá eximir-se deste ponto de vista, a não ser que se tenha deixado induzir ao erro pela aberração de um
complexo sentimento, a partir do momento em que se instalou na Alemanha uma nova
forma de governo – que se auto denomina totalitário -. Tem a pretensão de
exercer uma influência pertinente apenas
ao povo alemão, sobre a identidade étnica toda.
Com isso demonstramos, dentro dos
limites do pouco espaço de que dispomos, para aqueles que ainda precisam
superar a concepção errônea que lhes foi passada, que povo e identidade étnica
não são conceitos equivalentes. O povo vive do Estado, a identidade étnica
vivem também fora do Estado. Identidade étnica vem a ser um conceito mais
abrangente do que o conceito de povo. O que afinal se entende por esse
conceito, ainda não sabemos.
Está fora de qualquer tipo
de discussão que ao “Reich” alemão, ao
Estado Alemão, assista o direito de
exercer fora das suas fronteiras, influência política direta ou
indireta, sobre a identidade étnica
alemã. Pergunta-se então: Neste caso a Alemanha não tem nada a ver conosco que
somos de etnia alemão num mundo não Alemão? Não.
A Alemanha tem o direito de
desenvolver a sua propaganda cultural em qualquer parte do mundo e de maneira
especial ente os grupos com identidade étnica alemã. Esta afirmação leva-nos
à última pergunta, antes de estarmos em condições de definir
positivamente o que é identidade étnica.
Uma relação semelhante àquela que
se estabelece entre povo e identidade étnica, verifica-se entre comunidade
cultural e identidade étnica. Comunidade cultural implica num conceito mais
genérico e menos definido do que identidade étnica. Desta maneira é permitido
falar em comunidade cultural ocidental, mas não de uma identidade étnica
ocidental. Da mesma forma é licito falar de identidade étnica alemã no mundo,
não, porém, de povo alemão de cem milhões, pela simples razão que o termo
alemão é privativo aos cidadãos alemães.
O conceito de identidade étnica
situa-se a meio caminho entre comunidade nacional e comunidade cultural.
O
que se entende então por identidade étnica?
A identidade étnica não significa
qualquer forma de comunidade cultural
mas uma íntima relação com a cultura (Kulturverbudenheit). Identidade étnica
não é a mesma coisa que Estado mas em algum momento na História brotou do
Estado e do povo do Estado. É encontrável no meio do povo e floresce e
medra numa infinidade de formas paralelas mais importantes ou menos
importantes, que se desenvolveram simultaneamente, apresentando nuances sempre
diferentes, fora do contexto de um povo ou numa relação solta com ele.
Identidade étnica não é comunidade lingüística. Pressupõe a língua mãe da
identidade étnica pelo menos no âmbito familiar sem nela se esgotar. É preciso
que se acrescente o cultivo dos costumes e dos usos, que têm uma relação mais
íntima com a língua (a canção alemã, etc). Identidade étnica não é raça mas
proceda da raça ou da correspondente miscigenação racial como o pressuposto
mais importante. Os outros pressupostos como
educação, as circunstâncias contextuais como a maneira de sentir, de
pensar e o modo de agir são menores mas igualmente determinantes.
Identidade étnica é, à sua
maneira, um estilo de vida antes do que vivencia consciente ou declaração de
adesão. Identidade étnica é o ápice do desdobramento da personalidade.
Existe uma identidade étnica
alemã. Se nós teuto-brasileiros
quisermos que os valores da nossa personalidade que dormitam em nós, cheguem ao desdobramento pleno, é
indispensável que cultivemos e preservemos a nossa identidade étnica. Não
basta o esforço isolado, porque
resultaria em degenerescência. É preciso que aconteça na comunidade, na
comunidade étnica, que não deve ser confundida com a comunidade nacional
vinculada ao Estado.
O
que se entende por comunidade nacional?
A resposta para esta questão tem
no nome a sua resposta inequívoca. Comunidade nacional é a comunidade do povo.
Supondo que a humanidade nunca tivesse passado pelo liberalismo e o individualismo,
não haveria necessidade de, ao lado do conceito de ovo, recorrer ao conceito
específico de comunidade nacional. Povo e comunidade nacional significariam
simplesmente a mesma coisa. Como s entende isto?
Já vimos que o povo é definido
como totalidade das pessoas ligadas ao
Estado. Trata-se de uma definição liberal e individualista. O termo totalidade
é empregado em lugar de comunidade. O Estado com o perfil em que a comunidade
não encontra espaço a totalidade forma uma unidade, mas o indivíduo age como
uma individualidade autônoma buscando livremente o seu proveito, não se
sentindo comprometido com os demais integrantes do mesmo povo. É verdade que o
estado, em nome da manutenção da unidade, o mantém cativo como numa gaiola, mas
não há condições de deitar raízes na comunidade como um membro vivo dela.
Uma concepção de Estado autêntica
só pode entender o povo como uma comunidade nacional na qual ao indivíduo cabem
obrigações com o todo e o todo para com o indivíduo.
Concretamente a ciência liberal individualista
e seus popularizadores políticos não lograram transformar em realidade o seu
ideal de sociedade, porque teria significado a total dissolução da mesma. Mesmo
no auge do liberalismo a comunidade nacional continuou existindo. Nela
subsistiram as obrigações dos indivíduos para com o todo. Contudo aproximara-se
muito perto do ocaso. Por isso é louvável que atualmente se acentue e se
sublinhe a importância da presença da comunidade nacional em meio a um povo. É
preciso reconhecer este mérito , mesmo que tenhamos que negar que a comunidade
nacional tenha sido uma descoberta ou até uma invenção dos tempos de hoje.
Se, por acaso, a Alemanha de
hoje, marcada pela cosmovisão nacional socialista, descobriu alguma coisa nova,
então se trata de algo equivocado e
insustentável na medida em que igual a comunidade nacional e identidade étnica
à comunidade de sangue. O próprio termo “comunidade de sangue” é um conceito
equivocado, porque pare do pressuposto que, sem mais, o mesmo sangue determina
uma comunidade. Não é o caso pois, a comunidade implica numa união, numa
aliança mútua, etnicamente fundamentada.
A comunidade, assim como a
entendemos, pode-se e deve-se admitir num povo, num povo dentro de um Estado,
que vive para o que der e vier, como uma comunidade de objetivos, mesmo no caso
em que não existem os laços da “comunidade de sangue”.
Na hipótese de admitirmos o
contrário, isto é, considerando o povo como uma comunidade de sangue,
termina-se num conceito de povo monstruoso e mistificador. Invade-se o espaço
privativo de utros povos e chega-se ao absurdo quando se insiste que a
comunidade nacional se fundamenta numa igualdade concreta de sangue, m casos em
que outras comunidades nacionais fazem valer uma situação de direito mais
objetivo, porque baseado concretamente no Estado.
De nada adianta, quando os
teóricos do nacional socialismo argumentam que o conceito alemão de povo não se
aplica (entre nós, por ex.,)ao conceito “português" de povo. Povo (Volk)
seria algo inteiramente diferente de povo. O primeiro não encontraria tradução
no português e o segundo não seria traduzível para o alemão. Isto na passa de
uma fantasia mistificadora, sem qualquer valor conceitual, destinada
unicamente para mascarar a impossibilidade
de superar a duplicidade do pertencimento
a um povo e, salvaguardar a comunidade nacional assim entendida, frente aos
outros povos.
O autor da presente matéria
respondeu a um nacional socialista que tentou explicar-lhe essas relações, ou
melhor, embaralhar seus conceitos: “vocês alemães de hoje reclamam parcela
mística extra. Não têm o direito de exigir que os acompanhemos. Ainda
entendemos povo por povo, o mesmo que o latim por “populus”, o francês peuple”
e o brasileiro por “povo”.
O povo neste sentido tem como
meta formar uma comunidade nacional. O que na comunidade de sangue extrapolar a
abrangência do conceito de povo, pode ser considerado como comunidade étnica e
como tal, como já vimos, algo diferente de comunidade nacional.
Algo
sobre identidade étnica
e
comunidade nacional brasileira
Definimos a identidade étnica
como um estilo de vida e uma adesão consciente a ele. Afirmamos em outra
passagem que a comunidade étnica não é
passível de indução nem se deixa dirigir.É o resultado de um crescimento no
decorrer da história. A historia brasileira é medida conforme parâmetros
europeus. Assim constatamos que ela é muito recente e não se pode esperar que a
identidade brasileira esteja pronta e acabada, ostentando uma articulação interna rica e profunda.
O Brasil é um país jovem e graças à sua diversidade racial um país
novo. Pensamos de maneira diferente daqueles que querem explicar toda e
qualquer desagregação das sociedades e dos povos pela nova teoria racial e pela
miscigenação. Basta não interferir no curso normal da natureza e na sua
dinâmica. No decorrer dos séculos o povo alemão evoluiu não para uma raça pura
mas para uma unidade orgânica a partir de componentes raciais variados.
O Brasil tem ainda pela
frente a tarefa de construir o seu
grande futuro e a sua identidade étnica a partir de uma composição rica.
Na configuração essa identidade
será decisivo, em grande parte, o grau de desenvolvimento conquistado na
formação da comunidade nacional. O período da rapinagem colonial esta superado,
período em que o comércio, a ganância egoísta e não o amor à pátria, eram os
motivos (embora muito forasteiro ainda hoje acredite que se trata de um objeto
de exploração). Aqueles que devotavam amor à terá libertaram-na das mãos dos
seus espoliadores. Hoje o povo não se resume em apenas naquilo que na definição
liberal se chama, um conjunto de pessoas reunidas num Estado, mas uma
autêntica comunidade, unida pelo ardente
amor para com a pátria, alimentado pela fé no seu destino de grandeza e poder e
pelo esforço de todos nos seu crescimento.
Ninguém neg que a comunidade
nacional ainda é passível de maior desenvolvimento, e de fato necessita de mais
crescimento. Ninguém nega que a comunidade nacional se encontra nos seus
começos, mas apesar disso temos uma identidade étnica brasileira e faremos tudo
para que se desenvolva com êxito. Temos uma comunidade nacional para com a qual
temos deveres sagrados.É preciso que todos aqueles que não fazem parte da nossa
comunidade nacional entendam e que devem desistir de reclamar que nos
integremos na sua comunidade nacional.
O
teuto-brasileirismo
As premissas que colocamos até
aqui supõem a existência de um teuto-brasileirismo. A identidade alemã permite
uma composição com a brasileira. O estilo alemão admite a inserção no estilo de
vida brasileiro condicionado pela terra
e pelas características ambientais. A sua inserção é natural. E a identidade
brasileira em formação não sofre nenhuma
ruptura com a nossa fidelidade para com a identidade alemã, quando traços seus
passam a integrar a identidade étnica brasileira, via comunidade nacional. Não
há dúvida que isso acontece. Basta lembrar o belo costume alemão da árvore de
Natal. A identidade étnica alemã, assim como nós a concebemos, está longe de
prejudicar brasileira. Pelo contrario.
Está sempre disposta a enriquecê-la ao
longo da sua formação e contribuir com o seu desenvolvimento.
Desta maneira a identidade étnica
alemã se insere na comunidade nacional brasileira. Sem dúvida devemos
exatamente a nossa identidade étnica, já
que como vivemos, oferece-nos a possibilidade
de desenvolver no mais alto grau a nossa personalidade. Supondo que
levemos a sério a nossa comunidade nacional, não nos resta outra alternativa a
não ser pôr à sua disposição o que temos de melhor. E este melhor brota da
nossa identidade étnica vivida conscientemente e de acordo com a nossa maneira
de ser. Os nossos concidadãos de outras identidades o sabem também. Plínio
Salgado, fundador do movimento
integralista, escreveu a seguinte frase no contexto de um extenso artigo.
“Aquele que é incapaz de honrar o país
dos seus antepassados (participando da sua identidade, observação do
autor)não será capaz de honrar a sua pátria, será incapaz de inculcar em seus
filhos o amor à pátria brasileira”.
O teuto-brasileiro
representa a incorporação da identidade
alemã na comunidade nacional brasileira,
pela glória desta identidade étnica e pela grandeza da pátria brasileira.
Chegamos ao fim das considerações
sobre identidade étnica e comunidade nacional. Apenas uma questão tratada pelo
concurso não foi expressamente tratada. Poderia ser esquecida sem maior prejuízo pois, já foi respondida.
Mas nem todos são suficientemente perspicazes ao ponto de lerem nas entrelinhas
uma resposta penosa e cuja apresentação
expressa lhes gostaríamos de poupar. Por essa razão registramos a sua
formulação.
A comunidade nacional alemã é um
assunto que diz respeito ao povo alemão. As obrigações que daí decorrem e os
vínculos que se estabelecem, dizem respeito somente ao povo alemão, ao povo que
integra o Estado Alemão. Quem se confessa seu adepto não tem como pertencer à
comunidade nacional brasileira. Quem está inserido na comunidade nacional
brasileira é obrigado a renunciar a comunidade nacional alemã, apesar da sua
adesão livre, alegre e orgulhosa à identidade étnica alemã. É forçoso abandonar
a idéia de querer despertar no segmento
teuto-brasileiro do povo, a fantasia de uma comunidade nacional alemã.
Em nome de um milhão de
teuto-brasileiros conscientes levantemos o protesto contra a perversa falsificação
do conceito de comunidade nacional, desvinculada de fronteiras e da organização
do Estado. Nós da nossa parte prestigiamos e consideramos sagrada a nossa
comunidade nacional, que julgamos de acordo com o nosso conceito de pátria.
Segundo ela a comunidade nacional do alemão é a Alemanha e para o brasileiro o
Brasil.
Que viva a Alemanha!
Que viva o Brasil!